O arguido é acusado de ter utilizado documentos falsos para persuadir o Governo de Angola a rescindir contratos com outra empresa relativos a um projecto de energia e água no valor de 1,1 mil milhões de dólares.
Na acusação, formulada na Quarta-feira pelo tribunal federal de Manhattan, à qual a Lusa teve acesso na Sexta-feira, Wilson da Costa é ainda acusado de usurpação de identidade.
As acusações criminais surgem na sequência de um longo litígio entre a General Electric e uma empresa de infra-estruturas detida por empresários portugueses, a AEnergy SA, que levantou alegações de conduta imprudente e de encobrimento contra a empresa norte-americana.
O despacho de acusação acusou Wilson da Costa de falsificar documentos supostamente de funcionários do Governo em Angola como parte do esquema entre 2017 e 2019.
A acusação referia-se ao arguido como um "executivo sénior", embora um porta-voz da General Electric tenha dito que ele era um representante de vendas que deixou a empresa em 2019.
O caso diz respeito a 13 contratos assinados entre a Aenergy e o Ministério da Energia e Águas de Angola, em 2017, para construção, expansão, requalificação, operação e manutenção de centrais de geração de energia eléctrica em Angola.
Em 2017, a empresa de energia liderada pelo português Ricardo Machado foi contratada para construir e operar várias centrais estatais, devendo ser financiada através de uma linha de crédito de 1,1 mil milhões de dólares com uma unidade da General Electric (GE), que estipulava que a AEnergy comprasse oito turbinas GE para aquelas centrais.
A AEnergy está envolvida num contencioso com Angola desde que o executivo angolano rescindiu, em 2019, vários contratos com a empresa alegando quebra de confiança devido a alegadas irregularidades, acusações que a eléctrica rejeita, garantindo ter alertado o Ministério da tutela e ter executado vários projectos sem receber pagamento.
Em Dezembro de 2019, foram arrestadas à AEnergy quatro turbinas, peças e consumíveis da empresa, no decurso de uma providência cautelar intentada pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República por "indícios de violação de contratos".