Eugénio Laborinho falava na cerimónia de encerramento da 26.ª Conferência Regional Africana da organização internacional de polícia, que teve início na Terça-feira e terminou esta Quinta-feira, em Luanda.
"Para os crimes que transcendem fronteiras, as soluções devem ser por via da cooperação internacional, na base da colaboração e cooperação entre países", sublinhou.
Eugénio Laborinho apontou "os esforços gigantescos" do Presidente João Lourenço para promover a paz e estabilidade em África e no mundo, "apostando na diplomacia, incluindo a económica, que mobiliza potenciais investidores estrangeiros", o que só é possível havendo condições de segurança.
Destacou ainda que as deliberações e estratégias adoptadas durante a conferência são indispensáveis para o reforço da cooperação policial e visam respostas rápidas para combater, entre outras, as tendências emergentes do crime ambiental em África, as ameaças do terrorismo e reforço da cooperação em matérias de segurança.
Apelou, por outro lado, a um melhor aproveitamento dos instrumentos e serviços da Interpol, em especial da base de dados, com vista a combater a delinquência transnacional, incluindo o terrorismo, os crimes financeiros, cibernéticos e narcotráfico.
"Precisamos melhorar o uso das ferramentas que se destinam à localização e captura de autores destes crimes, independentemente de serem de países de origem ou dos países onde tenham cometido os crimes", sublinhou o governante.
Na reunião, os líderes das autoridades policiais africanas votaram a favor da adopção de uma série de recomendações para impulsionar o intercâmbio de dados policiais na região, segundo o comunicado final do programa, a que a Lusa teve acesso.
Embora a quantidade de dados que os países da região partilham através dos sistemas da Interpol tenha crescido sete por cento no ano passado, a partilha de informações em África permanece inferior à de outras regiões do mundo, segundo a Interpol.
"A intensificação significativa do intercâmbio de dados policiais dentro e fora de África é reconhecida como uma condição necessária para enfrentar eficazmente as ameaças globais da criminalidade, lê-se no comunicado da organização, cujos principais responsáveis estiveram em Luanda, num total de mais de 160 dirigentes policiais de 36 países.