"Os nossos pontos críticos têm a ver como ponto central o capital humano, nós temos que garantir que, não só do ponto de vista das inspecções, na actividade marítima e portuária termos as competências e certificações necessárias para o poder fazer, assim como também no domínio dos nossos profissionais marítimos que precisam de estar devidamente certificados", afirmou esta Segunda-feira Ricardo de Abreu.
Em resposta à Lusa, quando questionado sobre os desafios do sistema marítimo nacional, o governante disse que a segurança marítima figura também entre os pontos críticos neste subsector dos transportes.
O sector dos transportes tem como característica fundamental os elementos de segurança, "seja o transporte aéreo, seja o rodoviário ou marítimo, a questão essencial é a segurança da actividade para permitir que se possa desenvolver economicamente essas actividades de forma eficiente operacionalmente competitiva e segura", referiu, após discursar na abertura da Conferência Nacional sobre a Preparação de Angola para a auditoria da Organização Marítima Internacional (OMI).
Ricardo de Abreu considerou que a auditoria desta organização, prevista entre os dias 3 e 10 de Novembro próximo, é uma acção profundamente estratégica porque, mais do que assegurar que os aspectos técnicos estão em conformidade e operacionais, trata-se de posicionar Angola no mapa marítimo internacional.
"É por isso que esta conferência marca um ponto de viragem: ou nos afirmamos agora, ou perdemos uma oportunidade para fazermos o mar um activo nacional estruturante", disse no decurso da sua intervenção.
Para o ministro dos Transportes, a auditoria agendada para Novembro "não é um ritual burocrático, é um verdadeiro teste", assinalou, salientando que o país será escrutinado nos domínios da segurança da navegação, protecção ambiental, formação, inspecção de navios, fiscalização portuária, condições laborais bordo e outros.
"É o Estado angolano que estará a ser auditado. Todo o Estado. E esta é a primeira grande mensagem que quero sublinhar para que se perceba a importância desta conferência e, sobretudo da auditoria de Novembro. É o país. Somos nós todos e temos de passar com distinção as provas que este processo envolve", referiu.
Defendeu também que não basta o país ter uma Agência Marítima Nacional (AMN) motivada, empenhada e tecnicamente preparada, mas que "é preciso continuar a consolidar a actividade, os processos e os modelos de actuação, para que os resultados surjam, sejam visíveis para todos e rentáveis para o país".
Ricardo de Abreu fez saber ainda que o departamento que tutela constituiu um grupo multissectorial, que trabalha há meses com a AMN na preparação da auditoria, que identificou "pontos críticos, fragilidade e áreas cinzentas", que deram origem à Estratégia Nacional 2025-2029 sobre a implementação dos instrumentos obrigatórios da OMI.
Um documento que define "prioridades claras, metas mensuráveis, responsabilidades institucionais e indicadores de desempenho. Não é um plano para ficar na gaveta. É um roteiro concreto para cumprir e medir", concluiu o ministro.