Luís Epalanga procedeu esta Sexta-feira à abertura do evento "Academia Banco Mundial", para apresentação de três trabalhos analíticos do Grupo Banco Mundial, sobre a situação e perspectivas económicas de Angola, que se realizou no âmbito da visita ao país, esta semana, de uma delegação da instituição.
O Banco Mundial apresentou a primeira edição do Relatório Económico de Angola, o Memorando Económico do País e o Diagnóstico do Sector Privado.
O governante considerou estes relatórios "ferramentas estratégicas de transformação" porque reforçam a capacidade institucional do Governo para formular políticas bases das em evidências e com maior impacto e maior alocação de recursos.
"Oferecem informações estratégicas ao sector privado nacional e estrangeiro, ao identificarem com precisão onde estão entraves, desafios, mas fundamentalmente apontar oportunidades de investimentos em sectores como a agricultura, indústria transformadora, energia, infra-estruturas e serviços financeiros e digitais", disse.
Segundo Luís Epalanga, estes instrumentos contribuem também para aumentar a transparência e a previsibilidade no ambiente económico, elementos essenciais para a consolidação da confiança dos investidores, dos parceiros multilaterais e dos cidadãos, promovendo ao mesmo tempo "um diálogo aberto com a sociedade civil, incentivando estímulo, escrutínio público a e corresponsabilização de todos actores na construção de soluções sustentáveis".
O secretário de Estado para o Planeamento sublinhou que, nos últimos anos, o Governo tem concretizado várias reformas ambiciosas, para estabilizar a situação macroeconómica, diversificar as fontes de crescimento económico, melhorar o ambiente de negócios e, fundamentalmente, promover maior inclusão social e financeira.
Os resultados alcançados até esta altura impelem Angola a continuar com estas reformas de forma determinada, salientou Luís Epalanga, destacando que no primeiro trimestre deste ano o Produto Interno Bruto cresceu cerca de 4 por cento, depois de ter crescido 4 por cento em 2024, impulsionado essencialmente pelo desempenho do sector não petrolífero, com um crescimento de 5,4 por cento, dos quais se destacam os subsectores de agricultura (5,7 por cento), comércio (2 por cento) e indústria transformadora (2 por cento).
De acordo com o governante, a inflação tem registado uma trajectória descendente, "reflexo das políticas monetárias prudentes e de estabilização cambial e do aumento ainda que insuficiente dos níveis de produção interna de bens alimentares", destacando igualmente a redução da taxa de desemprego de 32 por cento, no primeiro trimestre de 2024, para 29,4 por cento em igual período deste ano.
"Apesar dos avanços dos últimos anos persistem desafios estruturais, que ainda limitam o pleno potencial da nossa economia, com destaque para a elevada dependência do sector petrolífero, que continua a representar mais de 80 por cento das exportações, mais de 30 por cento das receitas fiscais e pouco menos de 20 por cento do Produto Interno Bruto, tornando a economia vulnerável a oscilações de eventos que decorram do contexto internacional, de quando às vezes de contexto interno", destacou.
Entre os membros que compõem a delegação do Grupo Banco Mundial destaca-se o recentemente nomeado vice-presidente regional para a África oriental e austral, Ndiamé Diop, que, tal como o director-geral sénior do Grupo, Axel Van Trotsenburg, visita Angola pela primeira vez.