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Embaixadora europeia em Angola: UE tem uma visão de 360 graus do Corredor do Lobito

A embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais, defendeu esta Sexta-feira que a abordagem de Bruxelas aos investimentos no Corredor do Lobito é baseada numa visão holística, com preocupações sociais, económicas e ambientais.

: Embaixada de Portugal em Angola
Embaixada de Portugal em Angola  

"Temos uma visão a 360 graus, com investimentos nas preocupações sociais, económicas e ambientais" relativas a este projecto que pretende ligar o porto do Lobito à fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo) através da remodelação e ampliação de uma linha ferroviária de 1300 quilómetros.

Na intervenção de abertura da sessão do Fórum EurAfrican sobre 'Mercados Globais; Plataformas para o Crescimento Empresarial através de Fóruns Internacionais', Rosário Bento Pais disse que a intervenção da UE, ao abrigo do Global Gateway, não se limita a apoiar o projecto de construção e melhoramento da actual ferrovia, mas também aborda outras preocupações à volta deste projecto central.

A criação de plataformas logísticas, a melhoria da qualidade da água em 11 cidades angolanas ou o reforço da perspectiva da inclusão ao longo de todo o projecto são alguns dos projectos de Bruxelas, apresentados durante um dos painéis do fórum, que termina no Sábado.

"Temos 15 milhões de euros para cadeias agrícolas, com janelas específicas de financiamento que deverão permitir a duplicação do investimento; temos 30 milhões para um projecto de pescas, 43 milhões de euros para treino e formação específicos na área dos cursos de ferrovia, para além de formação de profissionais em 12 institutos agrários; temos 25 milhões de euros alocados a um projecto de digitalização da governação e da justiça contra a fraude, branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro; e 25 milhões para proteger áreas conservadas e promover o ecoturismo", exemplificou a chefe da diplomacia europeia em Luanda.

Entre os vários exemplos de projectos apresentados, Rosário Bento Pais apontou ainda os 25 milhões de euros de investimento num projecto para promover a transformação da gestão do lixo em Luanda, apostando numa perspectiva de economia circular, ou seja, fomentando fortemente a reciclagem.

"Juntos, com o sector privado, podemos transformar o país", concluiu a embaixadora, salientando a importância do Fórum Global Gateway, que decorre a 9 e 10 de Outubro, em Bruxelas, para mobilizar investimentos do sector privado europeu.

O Corredor do Lobito, uma infra-estrutura ferroviária que atravessa Angola ao longo de 1300 quilómetros ligando o Porto do Lobito (litoral) à fronteira com a República Democrática do Congo para escoar a produção de minerais críticos das regiões do Copperbelt (RDCongo) e Kolwezi (Zâmbia), é uma das apostas mais visíveis da Global Gateway, iniciativa com a qual a UE pretende contrabalançar a crescente influência de outras potências globais através de investimentos em infra-estruturas sustentáveis, direccionados para os sectores da energia, transportes e digital.

A operação é assegurada pela Lobito Atlantic Railway (consórcio que integra a portuguesa Mota-Egil, a suíça Trafigura e a belga Vecturis), e deverá contar com um investimento de quase mil milhões de dólares, parcialmente financiados pela Development Finance Corporation (DFC) e pelo Development Bank of Southern Africa.

O Corredor está também inscrito na iniciativa europeia Global Gateway, tendo o bloco europeu anunciado um pacote de 600 milhões de euros através da Partnership for Global Infrastructure and Investment (PGII) desenvolvida no âmbito do G7.

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