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UNITA saúda greve geral defendendo revisão da política remuneratória

O grupo parlamentar da UNITA saudou, esta Quarta-feira, o início da greve geral na função pública, considerando que Angola precisa, “definitivamente”, de rever as políticas remuneratórias.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

"O país precisa definitivamente de revisitar os fundamentos da política de remuneração dos empregadores e dos trabalhadores no contexto da produção e distribuição do seu produto nacional. A política actual protege apenas a estabilidade do patronato e pouco faz para proteger a estabilidade da remuneração dos trabalhadores", considerou o grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

Os deputados da UNITA prometem apresentar um requerimento para discussão deste assunto na reunião plenária do parlamento, convocada para Quinta-feira e Sexta-feira, visando soluções justas e economicamente sustentáveis.

O maior partido na oposição anunciou também que vai propor um voto de saudação à concertação social e encorajar o executivo e os sindicatos a um "diálogo profundo e construtivo", visando encontrar soluções justas e robustas para os desafios que da economia.

Recordando que o direito à greve e a liberdade sindical são instrumentos constitucionais de democracia participativa, numa declaração sobre a greve geral, cuja primeira fase teve início esta Quarta-feira e decorre até Sexta-feira, a UNITA refere que a sociedade "não pode continuar a aceitar indiferente que uns sejam remunerados sempre pelo máximo e outros sejam remunerados sempre pelo mínimo".

Quando o Estado "permite e obriga a sociedade" a pagar os preços dos produtos e serviços que consome em função da taxa de câmbio e não a obriga a pagar os salários dos trabalhadores em função da mesma taxa de câmbio, observa a UNITA, "está-se a proteger a estabilidade da remuneração do capital financeiro à custa da instabilidade da remuneração do capital humano".

"Promove-se a injustiça no lugar da justiça. O grupo parlamentar da UNITA entende que esta política constitui, a principal causa da greve ora anunciada para os dias 20, 21 e 22 e outras fases subsequentes", lê-se na declaração.

Aumento do salário da função pública, aumento do salário mínimo nacional e a redução do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT) estão entre as reivindicações dos sindicatos, que optaram pela greve geral devido à insatisfação com as propostas do Governo.

A UNITA apela ao executivo e a todas as forças vivas do país a discutirem a questão "com profundidade", para ser encontrada uma solução "equitativa, economicamente viável e socialmente justa".

A Força Sindical, União Nacional dos Trabalhadores de Angola – Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA) são as três centrais sindicais que convocaram a greve geral.

O grupo parlamentar da UNITA exortou ainda o MPLA, partido que suporta o executivo, a procurar o equilíbrio entre a taxa de remuneração do capital financeiro, "que detém hoje na qualidade de patrão, e a taxa de remuneração do capital humano, incluindo os operários e camponeses, ambos necessários e inseparáveis para a produção da riqueza nacional e para a garantia da estabilidade social".

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