Este posicionamento consta da Nota Pastoral sobre a Situação Social de Angola, apresentada no final da reunião do Conselho Permanente dos bispos, que apontam a necessidade de todos, "sem excepção", reflectirem sobre a actual situação do país, marcada por uma profunda crise socioeconómica.
"Precisamos todos, sem exceção, de sentar e refletir em conjunto tudo o que correu mal, apreciar os feitos positivos que fomos capazes de realizar e iniciarmos imediatamente a reconstrução do nosso tecido social", defendem os bispos.
Segundo os prelados católicos, nas reflexões sobre a actual situação do país, que celebra no Sábado 48 anos de independência, sendo os últimos 21 de paz efectiva, é necessário que se estabeleçam prioridades, como a reconciliação nacional.
"É necessário que saibamos estabelecer prioridades tais como a reconciliação nacional, buscando consensos [e] evitando a perda de energias e de inteligências inutilmente", observam.
Os bispos sublinham a "urgência de uma comunicação social credível, que una os angolanos, e se regule por critérios de serena objectividade, que evite a propaganda e se livre de métodos de informação que violando a justiça e a verdade ferem a dignidade e o bom nome dos cidadãos".
Para os bispos da CEAST, a comunicação social deve ser um instrumento de paz e de desenvolvimento.
O estabelecimento "efectivo" de um Estado democrático e de direito, "onde o primado da lei e da justiça sejam para todos sem excepção", foi também assinalado como uma componente a ter em conta nas abordagens sobre o quadro actual de Angola.
A reunião do Conselho Permanente do colégio dos bispos católicos, que decorreu Quarta e Quinta-feira, em Luanda, aprovou a agenda da primeira assembleia plenária da CEAST de 2024, marcada para o mês de Fevereiro na província de Malanje.