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Carteira de investimentos do BAD em Angola atingiu mil milhões de dólares em 2019

A carteira de investimentos do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Angola saiu dos 50 milhões de dólares em 2012 para 1000 milhões de dólares em 2019, anunciou a instituição.

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A informação foi transmitida pelo representante do BAD em Angola, Pietro Toigo, assinalando o alargamento bastante forte de financiamento nesse período, dando nota que a instituição investiu 500 milhões de dólares, nos últimos cinco anos, no sector energético.

Em declarações à Lusa, no âmbito da sétima edição do "África Energy Market Place (AEMP)", que se realiza em Luanda na próxima Quinta-feira, o responsável garantiu a contínua aposta da instituição bancária nas acções de diversificação da economia angolana.

Pietro Toigo, em funções em Angola desde Janeiro de 2022, prometeu igualmente alargar a carteira de investimentos do BAD para o setor privado em Luanda, sobretudo nos próximos dois anos, salientando que uma pequena porção dos mil milhões de dólares foi direccionada para este segmento.

Para o representante do BAD no país, o scetor energético angolano é prioritário para a instituição bancária, que investiu aí, nos últimos cincos anos 500 milhões de dólares, particularmente no sistema de distribuição.

"Estamos a redefinir o nosso plano estratégico, estávamos no meio do PDN (Plano de Desenvolvimento Nacional) 2023-2027 para poder também enquadrar as nossas intervenções, investimos já perto de 500 milhões de dólares no sistema energético angolano nos últimos cinco anos", argumentou.

Salientou que os investimentos do BAD estão centrados na conexão do sistema eléctrico norte ao sistema da região sul de Angola, por Angola possuir atualmente quatro sistemas energéticos independentes.

"O [sistema] norte é particularmente rico em energia hidroelétrica, limpa e barata, mas o sul e leste não estão interconectados e o sul do país ainda depende de energia térmica, que é muito mais suja, diria, e com muito mais custos", apontou.

No entender de Pietro Toigo, a ligação do sistema eléctrico deve permitir a exploração de uma energia "mais limpa e também uma interconexão com o sistema da África Austral, onde Angola poderá vender a energia excedente e aí arrecadar receitas".

O representante do BAD recordou que actualmente apenas 42 por cento da população tem acesso à energia eléctrica e o Governo prevê atingir os 60 por cento até 2025, pelo que o BAD vai ajudar as autoridades a alcançar esta meta.

"É importante que todos angolanos possam beneficiar de energia. Nesse momento, o acesso é de 42 por cento, mas ainda é extremamente baixo e o objectivo de ter acesso a 60 por cento nos próximos dois anos é necessário e importante", disse.

Mas, para fazer isso, assinalou, é preciso também "ter uma sustentabilidade financeira no sistema, é importante que os usuários paguem as quantidades certas e os contadores (pré-pago) é uma forma bastante simples e efectiva".

As acções do BAD em Angola, assinalou, têm também respaldo nas metas do PDN e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030, sobretudo o objectivo 7, "que é o acesso universal à energia", frisou.

Os sectores do transporte e distribuição de energia são o actual foco de investimentos do BAD, considerando Toigo que o sistema precisa de estar mais robusto para garantir melhor arrecadação das receitas para a sua sustentabilidade.

A instalação de contadores pré-pagos, realçou, garante "justeza" no pagamento dos consumidores, adiantando que estão já aprovados 500 milhões de dólares para o efeito.

"Isso é importante para que haja uma arrecadação justa, porque neste momento no país os mais ricos é que estão a pagar a energia mais barata, porque muitas das tarifas estão estimadas. Então, o primeiro passo para maior investimento na expansão do sistema é arrecadar os consumos que efetivamente são feitos", adiantou ainda.

Em relação à AEMP, plataforma de investimento colaborativo criado pelo BAD como parte do Novo Acordo sobre Energia para África, cuja sétima edição se realiza em Angola em parceria com o Ministério da Energia e Águas, Pietro Toigo referiu tratar-se de um evento importante para o país.

"Pretende-se reunir todas as partes interessadas, o Governo, parceiros internacionais, financiadores e o setor privado, para avaliar o sistema energético, nomeadamente identificar quais os constrangimentos ao acesso energético e destacar as oportunidades no setor", rematou Pietro Toigo.

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