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Chinesa CITIC vai investir 250 milhões para produzir milho e soja em larga escala

A empresa chinesa CITIC Construction (Angola) revelou esta Segunda-feira que prevê investir, numa primeira fase, 250 milhões de dólares em projectos agrícolas em larga escala, com destaque para o milho e a soja.

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Um memorando de entendimento foi assinado esta Segunda-feira, em Luanda, pelo director-geral da multinacional chinesa, Fan Juntao, e o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos.

O Ministério da Agricultura e Florestas sublinhou numa nota de imprensa, que o memorando prevê também a instalação de laboratórios modernos de melhoramento genético para a certificação de sementes, a promoção de insumos agrícolas, para apoiar a cadeia produtiva de pesticidas e fertilizantes e o sistema de armazenamento inteligente em regiões agrícolas chaves, bem como a assinatura de acordo de compra de produtos agrícolas.

"O presente instrumento deverá abranger várias áreas de cooperação, desde: a) Promoção da produção em larga escala de soja nas principais regiões agrícolas de Angola; b) criação e optimização de uma cadeia de valor agrícola completa, incluindo sementes, insumos, maquinaria, tecnologia, silos e canais de exportação; c) estabelecimento de um sistema de inspecção e quarentena fitossanitária para a exportação de cereais no mercado da China, promovendo a assinatura de acordo bilateral", refere a nota.

Em declarações à imprensa, Fan Juntao referiu que a empresa tem já disponibilizados 3000 hectares de terras na província do Cuanza Sul e 5000 hectares na província de Malanje, perspectivando entre este ano e o próximo conseguir até 20 mil hectares, com a ambição de atingir, numa visão mais geral, os 100 mil hectares.

"O nosso valor de investimento estimado nesta fase é 250 milhões de dólares, sem incluir os valores de operações futuras. Vamos executar em fases [o projecto], todo o financiamento vem de investidores chineses, liderados pela CITIC", destacou.

Fan Juntao disse que a prioridade vai para a produção de milho, o principal cereal dentro das necessidades do país, e na segunda fase a produção de soja.

"Porque a nossa ideia no futuro é, após satisfazer as necessidades locais, exportar a soja para a China", salientou, sublinhando que o objectivo é introduzir alta tecnologia na produção.

Segundo o empresário, a previsão inicial é de atingir as oito toneladas de milho por hectare e para a soja até cinco toneladas por hectare.

Por sua vez, o ministro da Agricultura e Florestas considerou "histórico" este memorando assinado com a CITIC para projectos de produção em larga escala, com vista a "abrir novos mercados para a produção em Angola".

Isaac dos Anjos destacou a vantagem de haver à partida um comprador existente para a soja, o próprio produtor, regozijando-se igualmente com esta janela de oportunidade para Angola se alinhar à exportação de produtos para a Ásia.

"É uma oportunidade única e a qual não podemos perder de vista", expressou o ministro, vincado que foi fixada como base de partilha 60 por cento para exportação e 40 por cento para consumo local e a importância deste cereal como complemento da produção pecuária.

O titular da pasta da Agricultura e Florestas anunciou para a próxima Quinta-feira, a assinatura de novo acordo com outra empresa chinesa, significando que o país está aberto à presença e participação de multinacionais de várias partes do mundo.

"Que o facto de abrirmos [oportunidade] para a China não seja motivo de ciúme, temos muito chão, muita terra, e estamos à espera de investidores", afirmou.

Da parte do Governo, há como facilitação e incentivo a concessão de terras, o tratamento e acompanhamento fitossanitário e as normas e protocolos à grande escala, acrescentou o ministro.

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