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Já se produz petróleo no projecto Agogo que tem reservas estimadas em 450 milhões de barris

A Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO) Agogo já está a produzir petróleo. O processo de produção deste projecto, que tem reservas estimadas em 450 milhões de barris e pico previsto de 175.000 barris por dia, arrancou com sucesso na passada Terça-feira.

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Em comunicado a que o VerAngola teve acesso, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a Azule Energy anunciaram o "arranque bem-sucedido e o início de produção de petróleo do FPSO Agogo" na passada Terça-feira.

Este que é a "peça central do projecto Agogo Integrado Polo Oeste (Agogo IWH, do inglês Integrated West Hub), offshore de Angola", tem previsto o "desenvolvimento de dois campos, Agogo e Ndungu, no Polo Oeste do Bloco 15/06".

O projecto, que tem como operadora a Azule Energy, vai contribuir para o reforço da capacidade energética nacional, já que os dois campos – Agogo e Ndungu – possuem reservas avaliadas em cerca de 450 milhões de barris.

"O Agogo Integrado Polo Oeste operado pela Azule Energy, com uma participação de 36,84 por cento em parceria com a Sonangol P&P (36,84 por cento) e a Sinopec International (26,32 por cento), deverá aumentar substancialmente a produção no panorama energético de Angola", lê-se no comunicado, que acrescenta que "o campo Agogo, em conjunto com o Ndungu, têm reservas estimadas de aproximadamente 450 milhões de barris e uma produção de pico projectada para atingir 175.000 barris/dia e produzido em dois FPSOs (Agogo e Ngoma)".

Sobre o arranque da produção, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da ANPG, Paulino Jerónimo, considerou que este marco reforça a ideia de que se fez uma "aposta certa na inovação tecnológica e na valorização dos recursos naturais" do país.

"Este novo marco que registamos no Projecto Agogo vem reforçar a nossa certeza de termos feito uma aposta certa na inovação tecnológica e na valorização dos recursos naturais de Angola, numa indústria onde é indispensável combinar procedimentos de sustentabilidade, eficiência e inclusão. É bom salientar que se trata de um FPSO preparado para reduzir emissões de carbono, alinhando-se com os objectivos da transição energética", afirmou.

"Além disso, evidencia um forte investimento no capital humano nacional, com 80 por cento da força de trabalho composta por angolanos", acrescentou Paulino Jerónimo.

Já o CEO da Azule Energy, Adriano Mongini, considerou o início de produção como muito importante para a empresa: "O arranque de produção do projecto Agogo IWH, aprovado poucos meses após a criação da Azule Energy, representa um momento importantíssimo para a nossa empresa".

O projecto "demonstra não só as nossas capacidades técnicas, mas também o nosso compromisso firme em apoiar o panorama energético de Angola", acrescentou.

"Esta conquista avança os nossos objectivos de produção enquanto demonstra a nossa dedicação às práticas energéticas responsáveis através de iniciativas pioneiras de redução de emissões. Estamos imensamente orgulhosos de contribuir para o futuro energético de Angola e de estabelecer novos padrões para a responsabilidade ambiental em operações marítimas", completou.

A produção neste projecto arrancou passado pouco mais de dois anos de ter sido aprovado.

"Aprovado em Fevereiro de 2023, o projecto Agogo IWH inicia a produção em apenas 29 meses, estabelecendo novos padrões de referência para a indústria", informa a ANPG, que esclarece que "este resultado foi possível graças a uma abordagem faseada de desenvolvimento, que permitiu avançar com a execução ao mesmo tempo que se realizavam actividades de avaliação, reduzindo significativamente os riscos da exploração integral do campo".

A fase agora conseguida é resultado do "esforço coordenado com mais de 40 milhões de horas-homem executadas em mais de 15 países", tendo o projecto tirado partido de "competências internas e de um modelo organizacional ajustado, que permitiu a execução paralela de actividades nos domínios do reservatório, engenharia e aprovisionamento".

Recorde-se que o FPSO Agogo é amigo do ambiente. "Numa altura em que muito se fala dos efeitos negativos das emissões de carbono ao meio ambiente, Agogo tem a particularidade de ser um FPSO 'verde'. Todo o topside e os sistemas marítimos foram projectados para serem totalmente eléctricos. O FPSO dispõe de uma unidade-piloto de captura e armazenamento de carbono (CCUS), de modo a recuperar volumes remanescentes de CO2, sendo o pioneiro em Angola e no mundo com este tipo de tecnologia numa escala piloto. Adicionalmente, o FPSO conta com geração de energia em ciclo combinado", informa a nota.

Assim, com "estas iniciativas pioneiras juntamente com vários projectos de compensação de carbono que estão em implementação, a ANPG e o Grupo Empreiteiro do Bloco 15/06 introduzem o primeiro FPSO neutro em que as emissões operacionais de carbono são neutras".

Outro marco no domínio do petróleo foi o arranque de produção do CLOV fase 3 no Bloco 17.

"A ANPG, a TotalEnergies e parceiros do Bloco 17, Equinor, ExxonMobil, Azule Energy e Sonangol E&P anunciam o início de produção do CLOV fase 3, um projecto satélite no offshore profundo do Bloco 17, com uma produção estimada de 30.000 barris/dia", informou a ANPG noutro comunicado a que o VerAngola teve acesso.

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