A unidade pertence ao Bloco 17/06, localizado na província do Zaire, a 150 quilómetros da costa angolana, operado pela TotalEnergies (30 por cento) e os parceiros Sonangol EP (30 por cento), SSI (27,5 por cento), ETU Energias (7,5 por cento) e Falcon Oil (5 por cento).
De acordo com uma nota da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), concessionária nacional, a TotalEnergies e parceiros do grupo empreiteiro vão iniciar a produção (primeiro óleo) da Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência (FPSO, sigla em inglês) Begónia, que, diz, "representa o primeiro desenvolvimento submarino entre blocos em Angola, concretamente os Blocos 17 e 17/06".
Isto, "numa profundidade de água entre 800 e 1200 metros, com a ligação submarina de cinco poços de petróleo conectados às instalações submarinas existentes do FPSO Pazflor", refere a nota.
A ANPG destaca que, apesar de existirem dois grupos empreiteiros diferentes, os Blocos 17 e 17/06, "fruto do trabalho conjunto entre a concessionária e as associadas, foi possível concretizar a viabilidade técnica e contratual e o sancionamento do projecto Begónia".
Sobre o projecto, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, citado na nota, referiu que "é crucial para manter a produção de Angola, optimizando os activos e recursos existentes".
"Continuaremos a fazer todos os esforços para fornecer aos operadores e parceiros as melhores oportunidades para maximizar as suas actividades em Angola e aumentar a produtividade e eficiência do nosso sector petrolífero", garantiu Diamantino Azevedo.
Por seu turno, o presidente do conselho de administração da ANPG, Paulino Jerónimo, também citado na nota, sublinhou que o FPSO Begónia "é o primeiro projecto entre blocos em Angola, com uma componente significativa de conteúdo local, envolvendo 1,3 milhões de horas de trabalho, das quais 70 por cento realizadas em Angola, principalmente na base logística da SONILS em Luanda".
"Este desenvolvimento entre blocos é uma novidade em Angola. Vamos produzir o petróleo de um bloco utilizando as instalações já existentes de outro Bloco. Isso demonstra a nossa capacidade em nos unirmos e encontrarmos soluções inovadoras para o benefício de todas as partes, e só foi possível graças à cooperação da concessionária nacional (ANPG), dos parceiros, e pelo facto da TotalEnergies ser a operadora de ambos os blocos (Bloco 17 e Bloco 17/06)", referiu o director-geral da petrolífera francesa em Angola, Martin Deffontaines.
O responsável destacou que "este projecto trará reservas de baixo custo e com baixas emissões".
Sobre o Bloco 17, a concessionária nacional, a operadora TotalEnergies (38 por cento) e os parceiros Equinor (22,16 por cento), ExxonMobil (19 por cento), Azule Energy (15,84 por cento) e Sonangol E&P (5 por cento) anunciaram o início de produção do CLOV fase 3, um projecto satélite no offshore profundo do Bloco 17, com uma produção estimada de 30.000 barris/dia.
Localizado a 150 quilómetros da costa angolana, nos mares da província do Zaire, CLOV fase 3 consiste no desenvolvimento de ligação submarina de cinco poços de petróleo conectados às instalações submarinas existentes do FPSO CLOV.
Martin Deffontaines destacou que o CLOV fase 3 tem um grande simbolismo para a empresa "porque faz parte, tal como o Begónia, dos primeiros projectos a utilizar a padronização de equipamentos submarinos, sublinhando ainda que a estrutura está ligada ao FPSO CLOV, já existente, "permitindo produzir petróleo com baixo custo e com menos emissões, em linha com a estratégia da companhia".