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Gabinete de Direitos Humanos da ONU reclama investigações exaustivas em Angola

O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU reclamou às autoridades angolanas “investigações rápidas, exaustivas e independentes sobre as mortes de pelo menos 22 pessoas, bem como sobre as violações dos direitos humanos associadas” durante os protestos em Luanda.

: LUSA
LUSA  

Numa declaração divulgada esta Quinta-feira à tarde, o porta-voz do Gabinete, Thameen Al-Kheetan, nota que, "de acordo com relatórios oficiais, mais de 1000 pessoas foram detidas" durante os protestos verificados esta semana na capital, acrescentando que "imagens não verificadas sugerem que as forças de segurança utilizaram munições reais e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, o que aponta para um uso desnecessário e desproporcional da força".

Reconhecendo que "alguns dos manifestantes recorreram à violência e que vários indivíduos terão aproveitado a agitação para cometer actos criminosos, incluindo saques a lojas, bem como vandalismo de propriedade em vários locais da capital, Luanda", Al-Kheetan apela às autoridades angolanas "para que se abstenham de recorrer ao uso desnecessário ou desproporcional da força para manter a ordem pública e garantam o pleno gozo dos direitos à vida, à liberdade de expressão, à reunião pacífica e à associação".

"Quaisquer indivíduos que possam ter sido detidos arbitrariamente devem ser imediatamente libertados. Todos os manifestantes que saem às ruas para expressar as suas opiniões devem fazê-lo de forma pacífica. Todas as violações dos direitos humanos devem ser investigadas e os responsáveis devem ser responsabilizados", conclui o porta-voz do Gabinete de Direitos Humanos, com sede em Genebra, Suíça.

Luanda começou esta Quinta-feira a regressar à normalidade, após três dias de paralisação dos taxistas que deram origem a violentos tumultos, pilhagens e confrontos, que provocaram 22 mortos, 197 feridos e 1214 detenções, segundo as autoridades.

Os actos de violência registaram-se entre Segunda e Quarta-feira, na sequência de uma paralisação convocada por cooperativas e associações de táxis, em protesto contra a subida do preço dos combustíveis e das tarifas de transporte público, não havendo ainda uma contabilização oficial dos prejuízos materiais causados pelos actos de vandalismo e pilhagem.

O Governo classificou os acontecimentos como "actos de vandalismo" e esta Quinta-feira as autoridades começaram a julgar os autores das pilhagens e do vandalismo, muitos dos quais menores de idade e que serão devolvidos às respectivas famílias.

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