"A AFC concluiu e desembolsou 75 milhões de euros de uma linha de crédito soberana de 85 milhões de euros ao Governo de Angola, através do Ministério das Finanças, para apoiar a construção de 186 pontes prioritárias e melhorias críticas na rede rodoviária nacional", anunciou a entidade num comunicado enviado à Lusa.
O projecto, acrescenta-se no comunicado, "faz parte do Plano Nacional de Desenvolvimento de Angola (2023-2027), e visa reduzir os custos de transporte, facilitar o acesso aos mercados para os produtores agrícolas e criar aproximadamente 900 empregos directos, ao mesmo tempo que reforça a resiliência, a eficiência e a inclusão do sistema de transportes de Angola".
O desembolso faz parte do pacote de financiamento de 381,5 milhões de euros já anunciado, que engloba instituições internacionais e tem a construtora portuguesa Conduril como principal empreiteira dos trabalhos rodoviários e a norte-americana Acrow como fornecedora da ponte.
"Estamos orgulhosos de avançar com este investimento catalisador que irá ligar regiões carenciadas, reforçar o comércio regional e melhorar a qualidade de vida de milhões de angolanos", disse o presidente da AFC, Samaila Zubairu, citado no comunicado, no qual salienta "a capacidade única da AFC para estruturar e financiar projectos de infra-estruturas de impacto que respondem a prioridades nacionais críticas e aceleram a transformação económica".
Angola, que se tornou accionista soberano da AFC em Junho, é o segundo país lusófono, a seguir a Cabo Verde, accionista desta entidade destinada a financiar investimentos em infra-estruturas no continente.
No início deste ano, o Fundo Soberano de Angola também fez um investimento de capital de 25 milhões de dólares na AFC, reflectindo "uma estratégia nacional coesa para promover a agenda de desenvolvimento industrial e de infra-estruturas de Angola através de uma estreita colaboração com a AFC", anunciou no mês passado.
A AFC e Angola têm uma forte história de colaboração ao longo dos anos, exemplificada por iniciativas como o projecto do Corredor do Lobito, no qual a AFC actua como principal promotora, ao lado de outros parceiros.
"Esta rede de transporte multinacional transformadora que liga Angola, Zâmbia e a República Democrática do Congo tem o potencial de abrir novas oportunidades industriais e de cadeia de valor em sectores-chave, incluindo mineração, agricultura, energia e turismo", realçou a instituição financeira então.
A AFC foi criada em 2007 para fomentar investimentos em infra-estruturas e indústria no continente africano, juntando conhecimentos especializados do sector com um foco em consultoria financeira e técnica, estruturação de projectos, desenvolvimento de projectos e capital de risco para responder às necessidades de desenvolvimento de infra-estruturas e impulsionar o crescimento económico sustentável em África.
A AFC tem 45 países membros e investiu mais de 15 mil milhões de dólares (12,9 mil milhões de euros) em 36 países africanos desde a sua criação.