Angola, que já era membro da AFC desde 2022, "aprofundou a sua parceria estratégica com a instituição através de um compromisso histórico de investimento de capital no valor de 184,8 milhões de dólares", lê-se num comunicado enviado à Lusa.
"Este investimento estratégico reforça ainda mais a parceria de Angola com a AFC e sublinha a confiança do país na missão da AFC de acelerar o desenvolvimento sustentável e a integração regional através de infra-estruturas transformadoras", refere a instituição.
Angola junta-se assim a Cabo Verde como o segundo país lusófono que é accionista desta entidade destinada a financiar investimentos em infra-estruturas no continente.
A entrada de Angola como accionista soberano, lê-se ainda no comunicado, "baseia-se em quase mil milhões de dólares em investimentos da AFC em sectores prioritários de Angola — energia, caminhos de ferro, logística e minerais críticos — essenciais para a estratégia de industrialização e diversificação económica do país".
A medida, continua, "reflecte a confiança de Angola na solidez institucional da AFC e a sua ambição de ajudar a moldar a agenda de desenvolvimento de África a partir de dentro".
No início deste ano, o Fundo Soberano de Angola também fez um investimento de capital de 25 milhões de dólares na AFC, reflectindo "uma estratégia nacional coesa para promover a agenda de desenvolvimento industrial e de infra-estruturas de Angola através de uma estreita colaboração com a AFC".
"O investimento de Angola na AFC é uma afirmação poderosa do alinhamento soberano com a nossa missão de promover a transformação de África através de infra-estruturas que permitam a industrialização", afirmou no comunicado o presidente e director executivo da AFC, Samaila Zubairu.
O responsável da AFC considera que isso "reflecte um compromisso comum de estruturar soluções pragmáticas que combinem disciplina comercial com objectivos de desenvolvimento; este investimento não só reforça a nossa capacidade de mobilizar capital em grande escala, mas também aprofunda a nossa legitimidade como plataforma institucional africana — construída por e para os africanos, e marca um passo decisivo na nossa ambição de ampliar a representação dos accionistas em todo o continente".
A AFC e Angola têm uma forte história de colaboração ao longo dos anos, exemplificada por iniciativas como o projecto do Corredor do Lobito, no qual a AFC actua como principal promotora, ao lado de outros parceiros.
"Esta rede de transporte multinacional transformadora que liga Angola, Zâmbia e a República Democrática do Congo tem o potencial de abrir novas oportunidades industriais e de cadeia de valor em sectores-chave, incluindo mineração, agricultura, energia e turismo", realça a instituição financeira.
A AFC foi criada em 2007 para fomentar investimentos em infra-estruturas e indústria no continente africano, juntando conhecimentos especializados do sector com um foco em consultoria financeira e técnica, estruturação de projectos, desenvolvimento de projectos e capital de risco para responder às necessidades de desenvolvimento de infra-estruturas e impulsionar o crescimento económico sustentável em África.
A AFC tem 45 países membros e investiu mais de 15 mil milhões de dólares em 36 países africanos desde a sua criação.