"Apesar de ainda estarmos aquém das metas pretendidas, o ano agrícola 2023/2024 caracterizou-se com níveis de produção e crescimento positivo, que nos anima, apesar de ainda não cobrir as nossas necessidades", refere uma nota da entidade ministerial a que a Lusa teve acesso na Terça-feira.
A actividade agrícola registou um crescimento global na ordem de 6 por cento em relação à campanha do ano anterior e os dados indicam uma produção agrícola global de 28.034.791 toneladas de produtos, com as raízes de tubérculos a liderarem a produção.
A fileira de raízes e tubérculos (com uma produção de 14,5 milhões de toneladas) cresceu 6,1 por cento, a produção de leguminosas e oleaginosas cresceu de 3,4 por cento, hortícolas (7,1 por cento), frutas (6,3 por cento) e café comercial com uma produção de 7.584 toneladas e crescimento de 27 por cento em comparação ao ano anterior.
Segundo o departamento ministerial, neste documento apresentado na Terça-feira em cerimónia de cumprimentos de fim de ano, o interesse de outros países pelo café nacional tem vindo a crescer a cada dia.
Pelo menos 2.160 toneladas de café comercial foram exportadas em 2024, um aumento de cerca de 51,3 por cento em relação a 2023, com 21 empresas evolvidas no processo de exportação, tendo como principais destinos Portugal, Polónia, Itália, Bélgica e o Líbano, refere-se.
Angola produziu de Janeiro a Outubro deste ano um total de 208.278 toneladas de carne, 1,7 mil milhões de unidades de ovos e 4,4 milhões de litros de leite, com "impacto relevante" nos beneficiários.
No domínio da investigação agronómica, no âmbito do Projecto de Produtividade Agrícola para África Austral, o país está a concluir a construção do Centro Regional de Liderança da Mandioca, na província de Malanje, que visa apoiar a investigação da mandioca nos países da região.
Decorre ainda a implementação na província do Huambo a construção do Centro de Bioveterinária e Fábrica de Vacinas para bovinos, aves e caprinos, cujo projecto deve arrancar até final de 2025.
Este projecto em pleno funcionamento irá tornar Angola num produtor independente de vacinas para as principais doenças de origem animal observadas na região, salienta o Ministério da Agricultura e Florestas.
Prosseguir com o fomento da produção de grãos, nomeadamente o milho, trigo, arroz, soja e girassol e promover a sua industrialização, dar seguimento às acções de assistência técnica aos camponeses, através da implementação de escolas de campo, e restabelecer o Gabinete de Segurança Alimentar estão entre as acções a serem desenvolvidas em 2025.