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Câmara de Energia Africana critica “demonização do petróleo e do gás africanos”

A Câmara de Energia Africana, uma consultora focada na atracção de investimento para o continente, defendeu esta Terça-feira que é preciso parar com a "demonização do petróleo e do gás africanos", fundamentais para a transição energética.

: ANPG
ANPG  

"Nós, africanos, lamentamos a contínua polarização do diálogo energético nos países ocidentais e apelamos ao fim da demonização do petróleo e do gás africanos", lê-se na Declaração de Paris, divulgada esta Terça-feira depois do fórum 'Invest in African Energy', que decorreu na capital francesa, na semana passada.

"O gás natural, GNL (gás natural liquefeito) e GPL (gás de petróleo liquefeito) desempenharão um papel crítico na estratégia de redução da pobreza energética do continente", aponta-se na declaração, que afirma que "projectos como o desenvolvimento do GNL em Moçambique, liderado pela TotalEnergies, e o Oleoduto de Petróleo Bruto da África Oriental procuram maximizar os recursos de África em benefício das comunidades locais".

A tese central da declaração é que os países africanos têm de poder continuar a explorar gás e petróleo por duas razões essenciais: primeiro, porque não foram os países que mais contribuíram para as alterações climáticas, e depois porque sem estas duas matérias-primas não é possível financiar a transição energética para fontes menos poluentes no continente.

"Do Cabo ao Cairo, de Nairobi a Dacar, estamos unidos no cumprimento das nossas obrigações comuns de combate às alterações climáticas, reconhecendo que as nações ricas precisam de descarbonizar e que África precisa de se industrializar", refere-se no texto.

Os participantes no fórum, que incluíram ministros de países africanos, académicos e empresários petrolíferos, reconhecem "o direito soberano de África de desenvolver os seus recursos energéticos – que incluem mais de 125 mil milhões de barris de petróleo e 620 biliões de pés cúbicos de gás natural – de forma equilibrada e sustentável".

Criticam ainda os grandes bancos ocidentais, acusando-os de uma duplicidade de critérios no financiamento de projectos de petróleo e gás.

"Enquanto os principais bancos europeus e outros bancos ocidentais abandonam a indústria de combustíveis fósseis no continente africano, continuam a financiar esses combustíveis nos países ocidentais; esta disparidade de tratamento é injusta, pois dificulta o acesso a financiamento adequado para energia e questões climáticas nos países africanos, onde as comunidades locais sofrem desproporcionalmente com os riscos climáticos e as restrições ao desenvolvimento de combustíveis fósseis", conclui-se no texto.

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