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Governo anuncia apoio a empresas vandalizadas e fala em sabotagem

O Presidente anunciou esta Sexta-feira que o Governo vai aprovar apoios às empresas afectadas esta semana, em várias províncias, pelos actos de vandalismo, que classificou “de sabotagem” contra a economia.

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João Lourenço quebrou o silêncio numa mensagem à nação transmitida na Televisão Pública de Angola, após dias de críticas, prometendo respostas de apoio à economia face à destruição registada nos tumultos durante a paralisação dos taxistas.

“O Executivo angolano decidiu aprovar, já na Segunda-feira próxima, medidas de apoio às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista à mais rápida reposição de 'stocks' e manutenção dos postos de trabalho ameaçados”, anunciou o chefe de Estado.

Para João Lourenço, os ataques contra estabelecimentos comerciais privados “só vêm desencorajar o investimento privado e, com isso, reduzir a oferta de bens e serviços e de emprego para a (...) população”.

“Por isso esses actos ocorridos só podem ser entendidos como actos de sabotagem à economia, com vista a agravar ainda mais a situação social que vivemos”, alertou.

“Vinte e três anos depois do fim do conflito armado e no ano em que o país comemora 50 anos da proclamação da sua Independência Nacional, não podemos aceitar nem tolerar mais dor e luto entre os angolanos”, vincou.

O chefe de Estado aludiu aos “problemas sociais por resolver”, garantindo que o Estado “está a fazer o seu melhor, investindo na área social, na saúde, educação, habitação e criação de emprego, com a admissão massiva de profissionais da saúde, da educação, com a formação profissional e com as grandes obras públicas  de construção de infraestruturas”.

Segundo João Lourenço, as obras de construção de infraestruturas nas novas províncias vão igualmente oferecer emprego a milhares de jovens que se interessem pelo trabalho.

O Presidente sublinhou que a educação dos jovens “não está nas plataformas e redes sociais, que não têm rosto nem identidade, mas na família, na escola e na comunidade”, realçando que o Estado, a família, as Igrejas e as organizações da sociedade civil “têm ainda muito trabalho por fazer nos domínios da educação cívica, moral e académica” dos adolescentes e jovens.

João Lourenço aproveitou para agradecer “às forças da ordem, aos órgãos da Justiça, aos profissionais da saúde, que prontamente atenderam os feridos nas (...) unidades hospitalares com o fito de salvar vidas”, bem como “aos partidos políticos, Igrejas, organizações da sociedade civil e todos quantos, de forma clara e sem ambiguidade, se pronunciaram publicamente, condenando a barbárie”.

A paralisação dos taxistas, iniciada a 28 de Julho e que se estendeu por três dias degenerou em tumultos e atos de violência, com pilhagens, incêndios e ataques a estabelecimentos e meios de transporte.

De acordo com o último balanço da Polícia Nacional, os distúrbios provocaram 30 mortos e 277 feridos, bem como milhares de dólares de prejuízos. Entre os bens destruídos estão 118 estabelecimentos comerciais, 24 autocarros públicos, mais de 20 viaturas particulares, cinco viaturas das forças de segurança, uma motorizada e uma ambulância. Foram detidas também 1515 pessoas.

O epicentro da violência foi Luanda, mas registaram-se incidentes também em Benguela, Huíla, Huambo, Malanje, Bengo e Lunda Norte.

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