Num “Comunicado de Guerra”, no qual apela "a todos os investidores franceses e portugueses para que abandonem imediatamente Cabinda", a FLEC-FAC alega que, na manhã desta Segunda-feira, junto à aldeia de Tando-Maselelee Nviedi, na região de Belize, as FAC “lançaram vários ataques com armas pesadas contra posições das forças ocupantes angolanas FAA [Forças Armadas Angolanas]”.
Segundo a nota, “24 soldados angolanos e oito oficiais militares das FAA morreram durante os combates e 11 [ficaram] feridos (...). Milhares de pessoas fugiram para a vizinha República Democrática do Congo desde que os combates começaram", na manhã de Segunda-feira.
No documento, assinado pelo chefe da direcção das Forças Especiais das FAC, tenente-general João Cruz Mavinga Lúcifer, destaca-se que, depois da entrevista do Presidente João Lourenço à revista Jeune Afrique, “as FAC decidiram intensificar a acção militar em todo o território de Cabinda”.
O chefe de Estado, nessa entrevista, afirmou que a situação de segurança na província petrolífera de Cabinda é estável e a FLEC-FAC não representa qualquer ameaça para o território angolano.
Segundo o comunicado, as FAC “apelam a todos os investidores franceses e portugueses para que abandonem imediatamente Cabinda”.
“O Alto Comando Militar da FLEC/FAC lembra que todo o espaço de Cabinda é um território em estado de Guerra, preservando a FLEC-FAC o seu legítimo dever de proteger as populações cabindesas contra as forças de ocupação angolanas”, lê-se no documento.
A FLEC/FAC reivindica há vários anos a independência do território de Cabinda, província de onde provém grande parte do petróleo nacional, evocando o Tratado de Simulambuco, de 1885, que designa aquela parcela territorial como protetorado português.
A Lusa tentou contactar o Ministério da Defesa, mas sem sucesso.