Num comunicado de imprensa enviado esta Sexta-feira à Lusa, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC/FAC) denuncia os "sistemáticos ataques indiscriminados contra a população civil de Cabinda por parte do exército angolano".
"Durante décadas, o Estado angolano tem desrespeitado incessantemente os direitos humanos fundamentais, assim como o direito internacional, relativamente à população de Cabinda", salienta-se na nota.
De acordo com a FLEC/FAC, o "Presidente angolano, João Lourenço, criou um sistema de opressão e repressão sistemático contra o povo de Cabinda".
"Estas violações dos direitos humanos configuram uma nova variante de apartheid, prática proibida pelo direito internacional. A FLEC/FAC condena o apoio da França a um regime tirânico liderado por João Lourenço, que está a aterrorizar a população inocente de Cabinda", sublinha-se no documento, assinado por André Binda Zau, chefe da brigada de Maiombe Sul.
Para a FLEC/FAC, "o regime angolano segue uma política segregacionista, colonialista e imperialista, cujas consequências desumanas podem ser ilustradas por inúmeros factos", considerando ainda que o chefe de Estado "à cabeça da União Africana constitui um perigo para a África e para a paz no continente".
"O Presidente angolano, João Lourenço, não é um democrata, nem um homem de paz, mas um belicista. João Lourenço, Presidente de Angola, país que ocupa militarmente Cabinda, nunca foi a favor de uma solução pacífica para o conflito entre a República de Angola e Cabinda", acrescenta a nota.
Recentemente, João Lourenço, em entrevista à revista Jeune Afrique, disse que a situação de segurança na província petrolífera de Cabinda é estável e que a FLEC/FAC não representa qualquer ameaça para o território angolano.
A FLEC/FAC reivindica há vários anos a independência do território de Cabinda, província de onde provém grande parte do petróleo do país, evocando o Tratado de Simulambuco, de 1885, que designa aquela parcela territorial como protectorado português.