A manifestação de interesse dos dois homens de negócios – que já efectuaram uma visita ao parque – encontra-se a ser avaliada pelo Ministério do Ambiente, a fim de equilibrar a relação entre turismo e investimento no local, segundo José Maria Kandungu, administrador do parque.
O responsável adiantou que a visita dos empresários aconteceu em Novembro do ano passado e que cabe agora à tutela "dar o aval".
"Os dois empresários visitaram o parque em Novembro de 2024, querem construir no local quartos e restaurantes. Agora o Ministério é que tem de dar o aval e tem de acelerar para termos uma reserva equipada para fazer um turismo forte", afirmou o administrador do parque, em declarações à Angop.
José Maria Kandungu considerou ainda que se trata de uma iniciativa "boa", que ao sair do papel possibilitará um número notável de visitas ao parque, tanto de turistas nacionais como estrangeiros que tenham interesse em observar mais de perto a vida selvagem, bem como poderão aproveitar melhor.
De momento, além das infra-estruturas de suporte aos colaboradores, o parque carece de infra-estruturas voltadas para o estímulo do turismo, o que justifica a necessidade urgente da sua implementação, uma vez que já há turismo de natureza na área, restando somente a parte de acomodação e restauração para dar início ao processo, informou ainda o responsável, citado pela Angop.
O responsável falou ainda sobre as necessidades financeiras que o parque necessita para manter operações. Pelo menos 24 milhões de kwanzas por ano, ou seja, pelo menos dois milhões de kwanzas por mês, é quanto o parque precisa para funcionar, cujo montante é voltado para a manutenção de veículos, edifícios, compra de equipamentos de fiscalização, entre outras despesas.
Até agora o parque ainda não é uma unidade orçamentada, sendo que o processo se encontra em andamento no Ministério das Finanças há três anos, o que causa problemas logísticos.
Embora o salário dos trabalhadores esteja garantido, o parque recebe da tutela até 800.000 kwanzas anualmente, divididos em duas parcelas ao longo do ano, disse, considerando este montante "irrisório" e que é destinado à alimentação dos profissionais, mas que não é suficiente, já que eles residem na reserva, escreve a Angop.
O parque conta com 125 fiscais, cujo número é adequado para a fiscalização, disse, acrescentando que é preciso que os trabalhadores sejam apetrechados com recursos (como veículos, entre outros materiais).
Das preocupações avançadas, o responsável realçou ainda a escassez de água nos períodos secos, uma vez que as lagoas actuais acabam por não encher durante a época chuvosa, motivo pelo qual possuem cinco furos operacionais, dos mais sete que seriam ideais, para suprir a necessidade de água na região.
Mas nem tudo são más notícias, citado pela Angop, o administrador informou igualmente que a dívida do parque referente aos salários dos trabalhadores e aos fornecedores de equipamentos, baixou de 90 milhões de kwanzas em 2021 para 24 milhões de kwanzas actualmente.