O financiamento norte-americano enquadra-se na iniciativa internacional GEO-TREE, que se propõe a recolher dados de vegetação em florestas secas nos trópicos em todo o mundo. Em Angola, tem vindo a ser desenvolvido pelo Centro de Estudo da Biodiversidade e Educação Ambiental do ISCED, em parceria com a Universidade Mandume Ya Ndemufayo, no Lubando, e a Universidade de Edimburgo.
O propósito no Bicuar é a recolha de dados para desenvolver mapas de vegetação do parque, de forma a beneficiar os esforços da gestão da reserva e a conservação de habitats ameaçados.
Segundo o presidente do ISCED-Huíla, Helder Bahu, o aquecimento global, resultado da emissão de gases com efeito estufa, assim como a desflorestação, são uma preocupação geral, sendo que o projecto no território angolano irá gerar dados "valiosos" sobre a estrutura da vegetação e estimar a biomassa vegetal do Parque Nacional do Bicuar.
O responsável afirmou que é também objectivo a contribuição para uma melhor gestão do parque, melhorando infra-estruturas no acampamento.
Como forma de continuar o trabalho desenvolvido pelo projecto, o ICED-Huíla financiará e supervisionará 10 estudantes de mestrado - cuja acção estará sobre inspecção dos investigadores do projecto - de forma a que no final possam continuar eles próprios esse mesmo trabalho de investigação.
“Felizmente, o Parque do Bicuar constitui um amplo laboratório para os estudantes da graduação em ensino da Biologia, do Mestrado em Ecologia e Gestão de Recursos Naturais e do Centro de Biodiversidade e Educação Ambiental, do ISCED-Huíla. São vários estudos realizados neste parque e muitos artigos publicados, por isso falar de estudos no Bicuar é falar do ISCED-Huíla”, afirmou, citado pela Angop.
Helder Bahu destacou ainda a importância do Parque Nacional do Bicuar para o país, tendo em conta as potencialidades da reserva, que vão desde o turismo rural, cultural ecoturismo até ao turismo científico, entre outros.