"O Executivo vai disponibilizar, no próximo ano, uma linha de crédito de 15 mil milhões de kwanzas para apoiar o sector agro-pecuário e um pacote de garantias soberanas de 1,46 biliões de kwanzas, destinado a projectos privados de interesse estratégico nacional", revelou o ministro, numa mensagem publicada esta Segunda-feira no jornal Economia e Finanças, citada num comunicado do Governo a que o VerAngola teve acesso.
Na ocasião, Lima Massano disse que vai continuar determinado em implementar de "forma eficaz" a agenda económica do Governo, voltada "para um desenvolvimento sustentável e inclusivo e melhoria significativa da vida" dos cidadãos.
Segundo o ministro, o país conta actualmente com "condições e oportunidades necessárias" para o fomento da produção: "Angola dispõe, actualmente, de condições e oportunidades necessárias para fomentar a produção de bens essenciais ao consumo interno, numa lógica de integração económica. Esta realidade é cada vez mais visível em quase todas as províncias do país, no contexto da diversificação da economia", apontou, citado na nota.
Lima Massano referiu que este esforço tem em vista diminuir de forma gradual a dependência externa relativamente a produtos de amplo consumo, como é o caso do arroz, açúcar, carne de frango, óleo alimentar, leite em pó, entre outros.
O governante acrescentou igualmente que, devido ao "contínuo estímulo à produção interna, a diversificação da economia nacional está a acontecer e avançar, com alguns sectores a crescerem acima da média", sendo este o caminho que se quer continuar a seguir.
"Este é o caminho que se pretende continuar a trilhar rumo a um desenvolvimento económico sustentável, robusto e inclusivo", disse, citado no comunicado.
Reconheceu que o sector do petróleo, cujo Angola "ainda depende em mais de 90 por cento em receitas cambiais", vai continuar a ter um papel fundamental na economia do país, contudo o "verdadeiro propósito é o crescimento robusto do sector não petrolífero".
Na visão do ministro, "esta mudança é já uma realidade, com o produto interno bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024 a crescer 5,5 por cento, em termos homólogos, fruto do dinamismo do sector não petrolífero, que registou um crescimento de 6,3 por cento".
Assim, adiantou que se prevê, para o próximo ano, "consolidar esta dinâmica positiva, estimando-se um crescimento do PIB acima dos 4 por cento, impulsionado pelo sector não petrolífero, que deverá crescer cerca de 5,15 por cento".
No que toca à inflação, o ministro de Estado realçou a desaceleração que se tem registado ultimamente, afirmando que os esforços do Governo no sentido de aumentar a produção interna "deverão contribuir para aliviar as pressões inflacionistas, fortalecer a moeda nacional e estimular o crescimento económico".
Embora se tenham atingido avanços no terceiro trimestre deste ano, o ministro disse que ainda existe um longo caminho pela frente no sentido de satisfazer de forma plena as aspirações da população.
"A determinação em transformar a nossa economia é hoje mais forte do que nunca", acrescentou.
Também falou sobre a empregabilidade, referindo que o emprego, sobretudo da juventude, mantém-se entre as prioridades do Governo, que este ano criou o Fundo Nacional para o Emprego de Angola (FUNEA), no quadro da Política e Estratégia Nacional de Emprego.
"Este fundo foi estabelecido para garantir recursos financeiros destinados à promoção do emprego, com foco na inserção de recém-formados e cidadãos desempregados no mercado de trabalho, além de mitigar os constrangimentos existentes neste âmbito", lê-se na nota.
Na sua mensagem, falou ainda sobre o facto de ser necessário o "diálogo contínuo com associações empresariais, profissionais e outros actores da sociedade civil para o desenvolvimento de políticas que respondam às reais necessidades da população".
Segundo o ministro, esta troca de ideias reforça a confiança entre o Governo e a sociedade, bem como possibilita a tomada de decisões mais inclusivas: "Este intercâmbio de ideias não só reforça a confiança entre o Executivo e a sociedade, como também permite que as decisões sejam mais inclusivas e representativas", disse, enaltecendo o trabalho em parceria, no sentido de se erguer um futuro onde "o crescimento económico seja sustentável, equitativo e verdadeiramente transformador para todos os angolanos".