Na reunião, que serviu para "traçar as prioridades orçamentais do sector produtivo" para o próximo ano, o ministro de Estado "reconheceu o aumento da produção agrícola um pouco por todo o país, com tendência a intensificar-se" em 2025.
Citado num comunicado do parlamento, a que o VerAngola teve acesso, Lima Massano disse que Angola "está a produzir mais", mas ainda se encontra "aquém" do seu potencial.
"O país está a produzir mais, mas estamos muito aquém do nosso potencial, tanto para atender as necessidades internas, como para as exportações. Quem anda pelo país pode constatar, em todos os percursos, zonas de produção", disse, apontando o aumento da produção, sobretudo a agrícola, como resposta para o "contínuo crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] nacional".
Assim, para acelerar o processo produtivo, o ministro defendeu a implementação de algumas medidas, tais como o "aumento da oferta de bens alimentares, que é central, estando em curso o mapeamento de uma rede de silos no país, para o armazenamento e conservação dos alimentos, enquanto não vão para as zonas de consumo", lê-se na nota.
Fez também menção ao Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), que tem em vista contribuir para diversificar a economia, através do investimento em micro, pequenas e médias empresas para "catalisar a produção nacional nos mais variados sectores da economia real".
Sobre este fundo, Massano explicou que "não faz créditos, mas entra para o capital das empresas".
O combate à fome foi outro dos temas abordados pelo ministro. De acordo com Lima Massano, há aproximadamente uma centena de empresas relacionadas à logística, "que no último ano e meio o FACRA apostou, ou seja, pôs capital, havendo mais empresas a operar na recolha de produtos das zonas de produção para as zonas de consumo".
Assim, disse esperar que no próximo ano, com o progresso da produção, se combata a fome.
Quanto às iniciativas de apoio à produção nacional, o ministro de Estado para a Coordenação Económica realçou igualmente o suporte à agricultura familiar, "contabilizando três milhões de agregados a viver do campo e a existência de mais de 8000 escolas de campo, que estão a ensinar as famílias a tirarem mais e melhor proveito de cada pedaço de terra disponível".
Além disso, foi também apontado o apoio em financiamento por meio do FADA, o "Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário, encarregue de conceder recursos financeiros às acções viradas para o desenvolvimento da produção alimentar camponesa e para o agro-negócio".
Mostrando-se optimista, Lima Massano assegurou que em 2025 vai haver "mais produção que nos anos anteriores, estando acautelado os insumos para o arranque do ano agrícola e outros projectos de apoio à abertura de zonas de produção e meios de mecanização", lê-se no comunicado.
O governante também realçou que "com o aumento da produção e, consequentemente, das exportações, mais probabilidades terá o país de ter acesso a divisas e consolidar a sua soberania monetária, que tem vindo a construir desde que se tornou independente".
O ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, também falou na ocasião, tendo reconhecido que existem dificuldades, mas deixou o apelo no sentido de se valorizarem os esforços dos camponeses, que "continuam a contribuir para a mitigação do problema da fome.
Também defendeu a modernização dos equipamentos agrícolas, e destacou, dos projectos em curso no sector, "o relançamento da cultura do cacau em Cabinda, cuja produção poderá exceder 700 mil toneladas até 2026".
Contado com a orientação da presidente da Comissão de Economia e Finanças (5.ª CTE), Aia-Eza Troso, a sessão serviu não só para abordar questões ligadas ao sector da agricultura, mas também temas relacionados a outros sectores como transportes, finanças, energia e águas, etc.