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Opinião A Opinião de Janísio Salomão

TV Cabo: quem irá repor os danos?

Janísio Salomão

Mestre em Administração de Empresas, Consultor Empresarial e Técnico Oficial de Contas

Sou cliente dos vossos serviços há mais de três anos. Quando os vossos serviços de Internet eclodiram no mercado angolano, julguei que seria uma plataforma que ajudaria a solucionar as deficiências e debilidades existentes no mercado.

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Confesso que até um determinado momento, os vossos serviços respondiam às minhas expectativas.

Mas, a estratégia de muitas empresas que operam em Angola é mal desenhada e implementada quando se pretende aumentar o leque de clientes/consumidores pois, o nível de qualidade e satisfação é esquecido, em detrimento de um maior número de clientes, passando o serviço a pautar-se única e exclusivamente na lucratividade.

O serviço da TV CABO está deplorável e a cada dia vai-se definhando e, não se consegue vislumbrar num curto prazo de tempo uma estratégia para melhorar a qualidade do serviço e a comunicação, ou seja, a qualidade do bem comunicar com o cliente, aconselho a trabalharem para melhorar este ponto fraco: a “qualidade e comunicação”.

Julgo que, a comunicação seja eficaz apenas para os serviços de cobrança, pois tenho recorridamente verificado que, quando está prestes a terminar o prazo dos serviços, surpreendentemente, recebemos um sms ou um email a informar que os serviços irão terminar, sugerindo aos clientes a dirigirem-se ao multibanco mais próximo para efectuar o carregamento dos serviços.

Situação idêntica, não se verifica quando se regista uma interrupção no serviço, avaria nos serviços, quer seja de televisão ou Internet.

Comportamento que, amiúde tenho verificado. A ferramenta “comunicação com o cliente” não é um dos pontos fortes de grande parte das empresas que operam em Angola, pecam por excesso e, facilmente podemos depreender que, o cliente ou a satisfação do cliente não constituem objectivos estratégicos de muitas organizações.

Talvez a maioria das empresas ache que o serviço que está sendo prestado ao cliente “é um favor”, quem assim pensa está redondamente enganado, pois o cliente angolano está cada dia que passa mais esclarecido e atento ao mercado.

O direito à informação é um direito constitucional, plasmado na Constituição República de Angolana (CRA) no seu artigo 78.º ponto 1. Eu cito "O consumidor tem direito à qualidade dos bens e serviços, à informação e esclarecimento, à garantia dos seus produtos e à protecção na relação de consumo”. Fim de citação.

Por outro lado, a Lei N.º 15/03 de 22 de Julho, Lei da Defesa do Consumidor é clara nos seus artigos 4.º sobre as materiais relacionadas ao “Direito do Consumidor” e artigo 5.º sobre a “Qualidade dos produtos e serviços”, infelizmente as empresas estão constantemente a violar os nossos direitos, acho que é hora de começarmos a agir.

Respondam-me:

Quem vai repor os danos pelas largas horas que vocês deixam os clientes sem os serviços e sem qualquer comunicação ou informação?

Quem vai repor os utt's utilizados para ligar para os vossos serviços de apoio ao cliente com o fito de procurar saber o que se passa?

Quem irá ressarcir os danos causados pela ausência dos vossos serviços de Internet e televisão?

Acho que devem mudar radicalmente o vosso modus operandi, caso contrário e creio que, pelo andar da carruagem, terão dificuldades sérias em imporem-se no mercado angolano e prestar um serviço com a qualidade e excelência que se impõe.

Para vossa reflexão!

Opinião de
Janísio Salomão

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