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Angola com potencial para ser um “celeiro” da produção agrícola mundial, admitem especialistas brasileiros

Angola possui capacidade para se transformar num “celeiro” da produção agrícola mundial, contudo, é necessário que adopte novas técnicas de tratamento dos terrenos e produção de grãos. O potencial do país foi apontado por especialistas do Brasil em correcção de solos e plantas, que estão a criar o perfil de solo, fertilidade e nutrição das plantas na província da Huíla, com o objectivo de assegurar a eficiência dos agricultores e utilização de fertilizantes tendo em vista melhorias nas plantações de trigo, arroz, feijão e milho.

: Facebook Ministério da Agricultura e Florestas de Angola
Facebook Ministério da Agricultura e Florestas de Angola  

Segundo Rodrigo Botelho, agrónomo e especialista em fitotecnia, a produção agrícola em Angola ainda é baixa, apesar da crescente demanda por alimentos devido ao aumento da população a cada ano.

Na sua visão, Angola tem potencial para se tornar no "celeiro" da produção agrícola mundial, uma vez que os países que actualmente possuem esse título estão a enfrentar limitações e possuem pouco espaço para desenvolver, cenário que é piorado com a pressão ambiental, escreve a Angop.

De acordo com Rodrigo Botelho, o país conta com diversos recursos, como bons solos e água em abundância: "Angola tem uma vasta área disponível, solos bons, água em abundância e daqui a alguns anos, com investimento adequado, pode ser a próxima fronteira agrícola do mundo, com produção em larga escala, que vai gerar renda local e o excedente para a exportação".

Na ocasião, o especialista enfatizou igualmente que ao se investir na produção de grãos, a pecuária também desenvolve, dado que os custos com a ração sofrem uma redução.

Segundo o também pesquisador sobre plantas daninhas da Universidade do Arkansas (Estados Unidos da América), é suficiente produzir e ter confiança de que, com as técnicas adequadas, a colheita aumenta, porém é preciso explorar esse potencial e empreender para atingir o êxito na produção, escreve a Angop.

Já Silvino Moreira, perito em fertilidade de solos e nutrição de plantas, apontou o facto de Angola, com os seus recursos naturais, como por exemplo o calcário que é "um dos melhores", ser capaz de aumentar a oferta de cálcio e magnésio para as plantas e ao mesmo tempo neutralizar a acidez dos solos.

Segundo o professor da Universidade Federal de Lavras (Brasil), a utilização de calcário e gesso seria o primeiro passo para Angola mudar de um país que importa alimentos para um "grande" produtor, tanto para consumo interno como para vender o excesso.

O responsável salientou ainda que, ao se empregar tais métodos, bem como o de plantio directo, os de sistemas de consórcio, desde que a zona seja bem regada, é possível colher-se mais de três toneladas de produtos por hectare, ao contrário dos actuais 500, escreve a Angop.

Disse ainda que os brasileiros erraram "muito ao longo destas três décadas" e não querem que "Angola cometa os mesmos erros", pelo que se pretende "transferir coisas que deram certo no Brasil".

Refira-se que a partilha de experiências entre os dois países no domínio da agricultura está a ocorrer graças a um acordo de cooperação estabelecido entre a Jardins da Yoba e a Universidade Federal de Lavras, cuja duração é de 10 anos.

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