A assinatura deste acordo teve lugar no Brasil, no mês passado, no âmbito de uma visita que entidades da Jardins da Yoba realizaram à UFLA, entre 25 e 27 de Março.
Segundo João Saraiva, director-geral da Jardins Yoba, o acordo para transferência de tecnologias na cultura do arroz vai ser de "grande importância no combate à fome e pobreza" em Angola.
"O arroz de terras altas, como uma cultura que não necessita de grandes investimentos em infra-estrutura, é adequado para o sistema de cultivo familiar predominante em Angola", disse o responsável, citado num comunicado da UFLA, a que o VerAngola teve acesso.
Na ocasião, João Saraiva também realçou que "o acesso a esse pacote tecnológico será estratégico para o desenvolvimento" da agricultura.
"O acesso a esse pacote tecnológico será estratégico para o desenvolvimento da nossa agricultura, assim como os programas de capacitação transversal, num modelo de capacitação estendido a técnicos, professores universitários e alunos", disse, acrescentando que esse modelo de formação tem sido bem-sucedido pelo que pretendem "ampliar a parceria para outras áreas do conhecimento".
Já Flávia Botelho, representante da UFLA no acordo, "o desenvolvimento e lançamento de linhagens adaptadas aos stresses bióticos (doenças, pragas etc) e abióticos (geada, seca, etc) para determinada região é de extrema importância para o aumento da produtividade de grãos de forma constante e sustentável", lê-se no comunicado da universidade brasileira.
Segundo a nota, a cultura do arroz assume-se como importante, sobretudo em países em desenvolvimento, onde esta cultura pode ter uma influência directa na "renda, saúde, meio ambiente e no bem-estar social, como no caso de Angola, uma vez que é considerado juntamente com o feijão a base da dieta da população", sendo que "Angola produz, actualmente, 25 mil toneladas de arroz por ano, o que está muito aquém das 400 mil toneladas importadas anualmente".
Assim, Flávia Botelho justificou a importância do projecto, tendo realçado que o domínio agrícola se assume como relevante tanto quanto à promoção da auto-suficiência e da segurança alimentar, como também relativamente ao "fornecimento de matérias-primas para a indústria transformadora e para a criação de emprego".
Disse ainda que a universidade vai participar "de uma das maiores transformações sociais e económicas" de Angola. "A Universidade participará de uma das maiores transformações sociais e económicas no país angolano, contribuindo, substancialmente, para o combate à fome e desnutrição, construindo uma agricultura sustentável e de relevante impacto para a sociedade em geral", apontou, citada no comunicado.