Segundo a agência financeira Bloomberg, Angola é o segundo país, depois da África do Sul, a manifestar interesse na compra da energia produzida desta barragem que poderá gerar até 11.050 megawatts.
Os dois parceiros do projecto - um chinês e um espanhol - apresentaram uma proposta ao governo da RDCongo em Novembro do ano passado, mas o Presidente Felix Tshisekedi, que assumiu o cargo em Janeiro, ainda não aprovou a venda de energia.
Angola vai precisar da electricidade gerada pela barragem de Inga III a partir de 2025 e poderá comprá-la desde que a taxa não seja superior a 30 dólares por megawatt/hora, refere uma carta enviada pelo Ministério da Energia do país às autoridades da RDCongo, a que a Bloomberg teve acesso.
As autoridades angolanas e congolesas já estão a trabalhar para exportar 100 megawatts de energia das instalações existentes, Inga I e II, para a província de Cabinda, disse uma porta-voz do Ministério da Energia, numa mensagem através do WhatsApp, indicando também que desconhecia a carta. O porta-voz do Governo de Angola não estava disponível para comentar.
Organizações da sociedade civil questionam o projecto Inga III, por considerarem que a maior parte da electricidade gerada pela barragem não beneficiará as populações da RDCongo. Segundo o governo, as empresas mineiras receberiam cerca de 3000 megawatts.
A África do Sul, em 2013, comprometeu-se a comprar 2500 megawatts e, no final do ano passado, indicou que poderia duplicar esse valor.
A Inga III faz parte de um plano conhecido como Grande Inga, que tem sido adiado, e pretende aproveitar até 40.000 megawatts de energia, quase o dobro da quantidade gerada pela barragem das Três Gargantas da China, actualmente a maior do mundo.
A carta angolana foi endereçada à Agência para o Desenvolvimento e Promoção do Projecto Grande Inga (ADPI) que é tutelado pela presidência, mas que se escusou a comentar.