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Oxford Economics: impacto das reformas começa a notar-se em Angola

A consultora Oxford Economics considerou esta Segunda-feira que o crescimento económico de 3,6 por cento no segundo trimestre, em Angola, mostra que as reformas lançadas por João Lourenço estão a começar a surtir efeito.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

"O impacto das reformas económicas lançadas em 2017 tem sido lento e prejudicado pela quebra na produção petrolífera, bem como pelos efeitos da pandemia de covid-19, mas os frutos estão a começar a notar-se, como se comprova pela robustez do crescimento do sector não petrolífero no segundo trimestre, nos 4,2 por cento", escrevem os analistas num comentário aos números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Angola.

"Para além disso, antevemos que o declínio prolongado da produção petrolífera, que tem caído desde 2015, vá finalmente parar este ano", acrescenta a Oxford Economics, na nota a que a Lusa teve acesso.

Ainda assim, os analistas alertam que o crescimento de 3,2 por cento no conjunto dos primeiros seis meses, o melhor desempenho na primeira parte do ano desde 2015, "deverá abrandar no segundo semestre, com a moderação no crescimento global e os preços do petróleo, que irão abrandar o crescimento das exportações".

O Produto Interno Bruto (PIB) de Angola cresceu 3,6 por cento no segundo trimestre em relação ao período homólogo de 2021, e acelerou 0,5 por cento face ao crescimento registado no primeiro trimestre deste ano, divulgou o INE na semana passada.

Face aos números do mesmo período do ano passado, o sector diamantífero representa a indústria com maior crescimento, crescendo mais de 40 por cento: "O Valor Acrescentado Bruto do Diamante teve um crescimento de 40,3 por cento no segundo trimestre de 2022 em relação ao trimestre homólogo, contribuindo positivamente em 0,79 pontos percentuais, na variação total do PIB", lê-se na nota divulgada em Luanda.

"A incorporação de quilates provenientes da produção semi-industrial e o aumento da produção das diversas concessões, devido as condições climáticas favoráveis, justificam o crescimento exponencial no período em referência", acrescenta-se no texto.

Em sentido inverso, o sector da Intermediação Financeira e de Seguros regista a maior quebra, com uma redução de 38,8 por cento na actividade: "O Valor Acrescentado Bruto da Intermediação Financeira e Seguros teve uma retracção na ordem dos 38,8 por cento, no segundo trimestre de 2022 em relação ao trimestre homólogo, contribuindo negativamente em 0,79 pontos percentuais, na variação total do PIB", de acordo com a nota, que explica que "a variação desta actividade de intermediação financeira deveu-se pela queda dos rendimentos dos bancos comerciais, visto que tem maior peso dentro do segmento da actividade".

Na nota de imprensa sobre a Folha Rápida das Contas Nacionais Trimestrais, o INE dá ainda conta de um crescimento de 3,2 por cento nos primeiros seis meses, notando um crescimento de 3,2 por cento face ao primeiro semestre do ano passado.

Esta variação positiva é atribuída fundamentalmente às actividades de Agro-pecuária e Silvicultura 3,3 por cento; Extracção de Petróleo e Rufino 2,2 por cento; Indústria Transformadora 2,6 por cento; Electricidade e Água 2,4 por cento; Construção 6,0 por cento; Transporte e Armazenagem 32,0 por cento; Administração Pública 5,6 por cento e Serviços Imobiliário e Aluguer 2,9 por cento e Outros Serviços 3,8 por cento", aponta-se no texto.

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