A presidente do conselho de administração do FADA, Felisbela Francisco, que assinou o documento juntamente com o presidente do conselho de administração da ANPG, Paulino Jerónimo, salientou que este acordo vai beneficiar milhares de famílias angolanas que se dedicam à agricultura familiar em zonas rurais.
Felisbela Francisco realçou que a agricultura familiar é um pilar fundamental para o desenvolvimento económico e social do país, desempenhando um papel significativo na redução das importações, na criação de emprego e no reforço da segurança alimentar.
"Dados mais recentes indicam que mais de 80 por cento da produção nacional que chega à mesa de todos os angolanos é proveniente do subsector da agricultura familiar", sublinhou a responsável, avançando que o FADA tem potenciado os agricultores com recursos financeiros sob forma de créditos bonificados, através de oito linhas de financiamento.
Já Paulino Jerónimo destacou que a finalidade desta cooperação é contribuir para o fomento de projectos integrados, parcerias técnico-profissionais e a capacitação de técnicos.
Paulino Jerónimo frisou que este instrumento vai regular a relação entre o sector petrolífero e o agrícola onde têm estado a ser implementados projectos, actualmente em curso nas províncias de Cabinda, Zaire e outras.
"O nosso objectivo é, de maneira organizada e estruturada, trabalharmos com o FADA para ajudar o sector todo que é regulado por nós, a direccionar os seus investimentos para o apoio agrícola", referiu.
Por sua vez, o director-geral da Total Energies Angola, Patrick Pouyannés, mencionou que o Bloco 48 "não é um sucesso geológico, mas, graças ao Mirempt [Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás] e à ANPG, é um sucesso social".
Segundo Patrick Pouyannés, o compromisso da petrolífera francesa com Angola "está para além do petróleo".
O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, ao intervir na cerimónia, adiantou que o sector dos petróleos e o da agricultura têm vários projectos comuns e está em preparação um protocolo de cooperação que deverá brevemente ser assinado.
"Tal como os responsáveis do ministério já se referiram em ocasiões anteriores, estamos a implementar na indústria petroquímica projectos de produção de fertilizantes, utilizando gás natural e abundância de recursos minerais existentes no nosso solo para a exploração de fosfatos", disse.
José Barroso frisou que a ANPG, no plano da dinamização da vertente dos biocombustíveis, tem estado a fazer um levantamento das potencialidades agrícolas em diversas províncias do país, para garantir a matéria-prima que vai alimentar a produção de energias verdes numa etapa posterior.
"Estamos a falar da possibilidade de o nosso país começar a produzir biocombustíveis, que vão de maneira directa ajudar-nos a reduzir as emissões de gases de estufa, no caso de dióxido de carbono", salientou.
O governante realçou que o sector autorizou a disponibilidade de um fundo orçado em um milhão de dólares, para financiar projectos que vierem a ser aprovados, com base nos critérios definidos neste memorando.