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Isabel dos Santos deixa Sonae para trás e investe 400 milhões em rede de hipermercados

O grupo Contidis, que vai operar sob a marca “Candando” (abraço), foi apresentado esta segunda-feira em Luanda, em conferência de imprensa, por Miguel Osório, ex-administrador da Sonae, que confirmou tratar-se uma empresa detida a 100 por cento pela empresária angolana, prevendo um investimento de 400 milhões de dólares nos próximos cinco anos.

Fernando Veludo/NFactos:

O ex-quadro da Sonae Miguel Osório é o administrador do novo projecto de retalho em Angola, que vai operar a rede de hipermercados “Candando”, representando o fim da parceria com aquele grupo português. Anteriormente, tinha sido anunciada uma parceria entre Isabel dos Santos e o grupo Sonae para a introdução de uma rede de hipermercados no nosso país.

A abertura da primeira loja “Candando”, de um total previsto de dez ao longo de cinco anos, deverá acontecer no primeiro semestre de 2016, em Luanda, anunciou o administrador. Com 10 mil metros quadrados, esta primeira loja ficará instalada no Shopping Avennida, em Luanda.

Questionado durante a apresentação pela Lusa, Miguel Osório não esclareceu se este novo grupo representa o fim da parceria da accionista Isabel dos Santos com o grupo Sonae na área do retalho em Angola. "Sobre esse tema não tenho comentários a fazer. É um tema da relação do accionista, e portanto estamos aqui enquanto gestão para apresentarmos o projecto e tudo aquilo que diferencia face aos projectos existentes", referiu o director executivo do grupo. A meta, disse ainda, passa por transformar esta rede no grupo de retalho de Angola.

Miguel Osório foi um dos dois altos quadros do grupo Sonae que a empresária angolana Isabel dos Santos recrutou este ano para o seu projecto de retalho no país, mas nada adiantou sobre o propósito da mudança. "Não é uma pergunta relevante neste contexto. Eu estou focado no projecto em que trabalho, muito feliz a liderar esta equipa e a única coisa em que penso é em abrir o melhor hipermercado de Angola", afirmou.

Sobre os hipermercados "Candando", o director executivo apontou a estimativa de criarem 750 empregos diretos em Luanda até 2016, iniciando-se esta semana a campanha de recrutamento e depois de formação dos profissionais, uma das três prioridades do grupo.

A logística, com a instalação de uma base própria em Luanda, e o apoio e dinamização de uma rede de produtores nacionais são outros objetivos definidos.

As lojas do grupo serão "ancoradas" na venda dos produtos frescos e assim voltadas para a produção nacional, "aliando a distribuição moderna aos mercados tradicionais de Angola", enfatizou o responsável.

A crise financeira, económica e cambial que afeta o nosso país, fruto da forte quebra da cotação internacional do petróleo, "não abrandou" o projeto, sublinhou Miguel Osório, garantindo que "há mercado" em Angola para a entrada desta nova marca.

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