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Espólio do escritor Óscar Ribas proveniente de Portugal integra exposição do seu 115.º aniversário

O último espólio do escritor Óscar Ribas, proveniente de Portugal e doado pela família, vai ser entregue na Quarta-feira no âmbito da exposição do 115.º aniversário do autor, que vai estar patente na sua Casa-Museu, em Luanda.

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"Queremos ter um museu mais activo e que possa dar a visibilidade merecida a este escritor que tanto fez por Angola", disse à Lusa o director da Casa Museu, Sidónio Domingos, agradecendo à família pelo gesto, após vários anos de negociação.

Nascido a 17 Agosto de 1909, filho de pai português, oriundo da Guarda, e de mãe angolana, natural de Luanda, Óscar Ribas começou a escrever muito cedo e publicou a sua primeira obra, "Nuvens que passam", aos 18 anos.

Do espólio que passará a integrar agora a Casa Museu, proveniente de Portugal, onde morreu a 19 de Junho de 2004, constam originais das suas obras e alguns inéditos ainda por publicar, bem como correspondência trocada com escritores e outras personalidades da época.

Em 1948, o escritor lançou "Flor de Espinhos", já depois de ter perdido a visão por complicações de saúde, aos 36 anos, e em 1951 edita o que Sidónio Domingos apresenta como "primeiro romance folclórico angolano", Uanga – Feitiço, que lhe mereceu na altura a Menção Honrosa da Agência-Geral do Ultramar (Agência Geral das Colónias), entidade do Estado dedicada a comunicação e propaganda do império colonial português, incluindo concursos literários.

No total, Óscar Ribas publicou 17 obras em que ilustra as suas preocupações com questões etnográficas, as vivências culturais e a preservação da identidade angolana, adiantou o responsável da Casa Museu, salientando também o seu trabalho de recolha das tradições orais.

A Casa Museu contava já com um vasto acervo, incluindo mobiliário e colecções numismáticas e filatélicas, doado em 1983, bem como o próprio edifício, que foi aberto ao público em 1996, inicialmente como biblioteca, e em 2007 já como museu.

A exposição "A alma angolana revelada na escrita de Óscar Ribas", integrada nas celebrações do 115.º aniversário do seu nascimento, é inaugurada na Quarta-feira e prolonga-se até Novembro.

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