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Angola apela à celeridade na aprovação e ratificação do Fundo de Desenvolvimento da SADC

O Presidente da República apelou esta Quinta-feira aos Estados-membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que acelerem a ratificação da operacionalização do Fundo de Desenvolvimento, “ferramenta primordial” para captar financiamento para o programa de industrialização regional.

: Facebook da Presidência da República - Angola
Facebook da Presidência da República - Angola  

João Lourenço, que falava na aceitação da presidência rotativa de um ano da SADC, comprometeu-se a trabalhar na diversificação das fontes de financiamento para projectos e programas a nível dos Estados-membros e no âmbito regional, com vista a reduzir "o nível de dependência da sempre prestável e assinalável solidariedade dos nossos parceiros de cooperação internacional".

"Prestaremos atenção particular à necessidade da operacionalização do Fundo de Desenvolvimento Regional e de outros mecanismos de atracção de investimentos existentes", referiu Lourenço.

O Presidente apelou aos Estados-membros "no sentido de acelerarem a aprovação e rectificação do acordo sobre a operacionalização do Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC, uma ferramenta primordial para a captação de recursos financeiros essenciais", na prossecução do "programa de industrialização regional e consequentemente ao cumprimento da agenda de integração regional da SADC".

Durante o seu mandato, João Lourenço frisou que, além da aposta no capital humano, para haver industrialização dos Estados-membros e da região, é preciso uma aposta séria na electrificação, aumento considerável na produção de energia e partilha através da interligação dos seus sistemas de redes de transmissão.

"Mas precisamos também de ampliar e interligar as nossas redes de vias rodoviárias e ferroviárias, de garantir maior ligação marítima e aérea entre os nossos países para haver um maior fluxo de trocas comerciais e circulação de pessoas e bens, para haver uma real integração regional", frisou.

O chefe de Estado realçou que o país lusófono "está a realizar um grande esforço na recuperação e construção de infra-estruturas, como o corredor do Lobito, que facilitará a interligação e a circulação de pessoas e bens entre o oceano Atlântico e o Índico", e a colocação dos produtos de exportação nos mercados internacionais em condições mais vantajosas.

"Estamos também a investir seriamente no aumento da produção de energia de fontes não poluentes e nas redes de transmissão. No domínio das telecomunicações, Angola investiu num cabo de fibra óptica que já nos liga à República Democrática do Congo e à Zâmbia com a perspectiva de expansão para a região da SADC e Estados da África do leste", informou, destacando ainda os investimentos na construção de um satélite e de refinarias de petróleo.

Segundo João Lourenço, durante a sua presidência será feita "uma forte aposta no capital humano", sendo o principal desafio a formação e capacitação técnico-profissional da juventude, com vista à obtenção de competências que facilitem o acesso ao emprego, para garantir que estejam preparados a enfrentar os desafios da quarta revolução industrial e da digitalização das economias da região.

Entre os desafios, João Lourenço realçou a questão da segurança da região, como o caso da situação no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde tem "desenvolvido esforços conjugados entre a CIRGL [Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos], a CEAAC [Comunidade Económica dos Estados da África Central], a SADC e a União Africana, para a resolução do intrincado conflito nesta região do país irmão".

"A nível da SADC, há que aplaudir a decisão em cujo âmbito foi aprovado o destacamento de uma força regional no quadro da Força em Estado de Alerta da SADC, como resposta regional aos esforços visando restaurar a paz e a segurança no território da República Democrática do Congo", sublinhou.

Relativamente à situação em Cabo Delgado, Moçambique, João Lourenço saudou os progressos alcançados, apesar de ainda prevalecer o desafio do combate ao terrorismo e ao extremismo violento naquela província moçambicana, saudando a decisão de se manter por mais 12 meses a missão da SADC no país lusófono.

A região da SADC vai registar durante o mandato de Angola eleições na RDCongo, no reino de Essuatíni, em Madagáscar e no Zimbábue, processos eleitorais que a organização regional vai acompanhar para se garantir "a realização de eleições pacíficas, livres e justas, em harmonia com os princípios e orientações que regem a realização de eleições na região", observou João Lourenço.

"A região deve permanecer unida na firme vontade de garantir um ambiente de paz, segurança e estabilidade como fatores fundamentais para propiciar níveis importantes de desenvolvimento económico e social na comunidade e aprofundar o processo de integração regional", destacou.

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