Ver Angola

Sociedade

Luanda vive mais um dia de pilhagens. Supermercados são o principal alvo

A capital vive esta Terça-feira o segundo dia consecutivo de insegurança, com pilhagens e actos de vandalismo a ocorrerem sobretudo nas zonas periféricas, tendo como principal alvo os supermercados, constatou a Lusa.

: Ampe Rogéro/Lusa
Ampe Rogéro/Lusa  

Cerca das 09h30, na zona da Comarca – estrada de acesso a Cacuaco, uma das áreas mais pobres de Luanda – uma multidão reuniu-se para atacar um supermercado da cadeia Angomart. A via ficou cortada e a polícia disparou tiros de aviso para dispersar a população, verificou a Lusa no local.

Relatos recolhidos por jornalistas da Lusa apontam para pilhagens semelhantes em várias lojas de produtos alimentares noutras zonas de Luanda, acompanhadas de tiros e confrontos.

Vídeos partilhados nas redes sociais mostram tentativas de invasão ao megacentro comercial Cidade da China, bem como barricadas improvisadas com pneus a arder nas principais vias de acesso de Luanda.

Em algumas dessas imagens é referida a ocorrência de mortos, tendo as autoridades anunciado que já morreram quatro pessoas durante os tumultos.

Devido ao clima de insegurança generalizada, diversos estabelecimentos comerciais, bancos e instituições públicas anunciaram esta Terça-feira o encerramento preventivo das actividades e muitas empresas mantêm os trabalhadores em regime de teletrabalho, enquanto aguardam o regresso à normalidade.

Os protestos ocorrem na sequência da paralisação nacional de taxistas convocada para protestar contra o aumento do preço dos combustíveis.

Apesar de a Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) ter anunciado o cancelamento da greve, depois de negociações com o Governo Provincial de Luanda, os protestos degeneraram em actos de vandalismo em vários bairros da capital.

Na Segunda-feira, Luanda já havia sido palco de confrontos, pilhagens e bloqueios de vias, obrigando à intervenção policial.

Esta Terça-feira, mantém-se um forte dispositivo policial em pontos estratégicos da cidade, incluindo a presença de viaturas blindadas e de militares.

A retirada dos subsídios aos combustíveis tem gerado forte contestação social, devido ao impacto no custo de vida dos angolanos, que se debatem já com níveis de inflação a rondar os 20 por cento.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.