O desenvolvimento Sustentável possui basicamente duas vertentes:
● Uma que privilegia o aspecto económico e as relações que as atividades económicas têm com o consumo crescente de energia e recursos naturais e;
● Outra que considera os aspectos económicos, sociais e ambientais, estabelecendo desafios importantes para muitas áreas do conhecimento, implicando em mudanças nos padrões de consumo e no nível de conscientização.
A agricultura e o meio ambiente precisam caminhar juntos, essa é uma máxima da qual não podemos nos desvencilhar. Com o crescimento populacional e o aumento da demanda por alimentos e outros recursos naturais, a agricultura sustentável torna-se um tema que merece destaque na política ambiental. Agricultura sustentável envolve, de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), fatores como conservação do solo, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais, conservação ambiental e uso de técnicas apropriadas, economicamente viáveis e socialmente aceitáveis.
Vale enfatizar que não estamos falando de voltar a usar métodos e técnicas rudimentares ou aqueles praticados antes das revoluções agrícolas. A ideia é desfazer o pensamento de que agricultura e meio ambiente são mutuamente exclusivos. Na verdade, a agricultura depende do meio ambiente e precisa ser praticada com critérios de sustentabilidade. Precisamos produzir alimentos que atendam à demanda atual, sem degradação do solo e dos recursos hídricos, sem perda da biodiversidade e sem o uso indiscriminado de fertilizantes e agrotóxicos.
Benefícios da agricultura sustentável
Os benefícios que a agricultura sustentável pode oferecer benefícios tanto para agricultores, quanto para o meio ambiente, tais como:
● Segurança alimentar
● Saúde humana
● Preservação do meio ambiente
● Tolerância às mudanças climáticas
● Desenvolvimento rural
A importância de manter o modelo de agricultura sustentável em Angola
A agricultura familiar é o modo agrícola pelo qual mais se produz alimento em Angola, assim sendo, é importante que seja desenvolvido projetos que visam capacitar os produtores rurais no intuito de enraizar o manejo sustentável em suas propriedades, pois o modelo de produção agrícola angolano se identifica com as práticas agroecológicas, uma vez que o mundo procura redesenhar os modelos atuais de produção (convencional) para modelos agroecológicos que possam influenciar na conservação e preservação do meio ambiente, uma vez que as unidades familiares preservam melhor o meio ambiente, são mais produtivas e economicamente viáveis, enquadradas em uma agricultura dentro da sustentabilidade.
Atualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU), vem apelando os países a adotarem sistemas de produções agrícolas sustentáveis. Angola pode atingir esse objetivo, visto que o nosso modelo de produção não está atrelado em atender a demanda do agronegócio, mas sim para a subsistência das famílias angolanas. É importante realçar que para atender a demanda dentro do agronegócio é necessário a produção em grande escala, esse modelo carece de pacotes tecnológicos (maquinários, irrigação automatizada e técnicas de sensoriamento remoto), grandes áreas de produção e água para atender a necessidade hídrica das culturas.
Ademais, a agricultura sustentável não é um conjunto de práticas especiais, mas sim consiste em atingir objetivos como: aumento da produção alimentar sem degradar os recursos naturais e garantir renda líquida suficiente para que os agricultores tenham um nível de vida aceitável. Tal desenvolvimento sustentável (agricultura, exploração florestal e pesca) resulta na conservação do solo, da água e dos recursos genéticos animais e vegetais, além de não degradar o ambiente, ser tecnicamente apropriado economicamente viável e socialmente aceitável.