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Opinião A opinião de...

Passaporte Africano - Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana

Nkanga Gomes

Nkanga Gomes é licenciado em Sociologia pela Universidade Agostinho Neto

Foram entregues no dia 18 de Julho de 2016, os primeiros passaportes africanos, na 27ª cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que decorreu em Kigali – Rwanda.

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Os documentos foram entregues de forma simbólica aos presidentes do Rwanda, Paul Kgame e do Tchade, Idris Sabry, pela presidente da Comissão da União Africana, Dlamini Zuma.

Os utentes desses passaportes poderão circular pelos países africanos, sem necessidade de visto, cumprindo assim com um dos objectivos da agenda 2063 referente à  integração do continente.

De facto a União Africana deu um passo importante, porque com a implementação desse passaporte africano, abre o continente para o desenvolvimento, intensifica o comércio entre os Estados membros, abre as portas e janelas para livre circulação dos cidadãos africanos.

Atenção…

A União Africana tem assuntos mais candentes, que deveria prestar mais atenção. Exemplo: Defesa e Segurança, Combate à Fome e a Pobreza dos seus povos, Conflitos Político-militares, Mortes Prematuras, Analfabetismo Conflitos Religiosos, Enriquecimento Ilícito dos líderes africanos, Emenda nas Constituições para longevidade no poder, Emigração ilegal e tantos outros... Envés de estar a correr, para aprovar passaporte africano, deveriam virar todos os holofotes para estancar as problemáticas acima mencionadas.

Possíveis problemas em caso de implementação do Passaporte Africano em África

1 – Tentativa de semear terrorismo em Angola;

2 – Miscelânea cultural confusa;

3 – Identidade cultural angolana em risco;

4 – Semear futuros conflitos étnico-religiosos;

5 – Entrada de futuros terroristas, mascarados de bons turistas;

6 – Massificação de tráfico de seres humanos, com técnicas avançadas para atração das vítimas;

7 – Intensificação de tráfico de droga;

8 – Os Estados membros não terão capacidade plena, para controlar a circulação dos seus cidadãos;

9 - Competição económica desvantajosa, tendo em conta que ainda não produzimos o suficiente;

10 – Postos de emprego de alguns angolanos não bem qualificados em risco;

11 – Surgimento de novas formas de prática de crimes.

Passaportes Africanos? Sim... Mas cada um na sua região

Como forma de prevenir futuros conflitos nos Estados membros da União Africana, poderia se implementar um ensaio piloto nas Organizações de Integração Regional de cada Estado membro, no caso de Angola seria a SADC, num período de 10 à 15 anos para vermos o que poderia resultar daí, só assim poderíamos pensar dar o passo seguinte.

Primeiro, cada Estado membro, deve fazer um trabalho profundo de casa e transversal com a sua população. Tomar uma decisão dessa natureza, é muito perigoso, porque pode por em causa as conquistas recentes de África e particularmente de Angola, que só tem 14 anos de paz e com muitos pendentes internos por resolver.

Aconselho os Governos africanos e particularmente de Angola, a realizar uma auscultação nacional com todos os cidadãos ou representantes, para que todos nós possamos reflectir as vantagens e desvantagens da futura implementação do Passaporte Africano.

Opinião de
Nkanga Gomes

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