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Ambiente

Governo desafiado a autorizar sementes geneticamente modificadas

O administrador da fazenda Santo António, uma das principais do país, com uma área de 11.000 hectares, apelou Quinta-feira à autorização do Governo para o uso de sementes geneticamente modificadas, para aumentar a produção.

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A posição foi assumida por Fernando Teles, que é também presidente do conselho de administração do banco BIC, um dos maiores financiadores de projectos agrícolas em Angola, durante a visita do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, Luís Capoulas Santos, àquela fazenda, no município da Quibala, província do Cuanza Sul.

"Nos temos que ter a preocupação de rapidamente introduzir as sementes geneticamente modificadas em Angola. Tem que haver uma decisão do Ministério da Agricultura e se calhar do Executivo. O meu apelo que haja a coragem de o fazer, porque vai permitir mais produção que muito rapidamente possamos alimentar melhor o nosso povo e as nossas famílias", sublinhou o responsável.

Só aquela fazenda, que resultou de um investimento de 30 milhões de dólares, conta já com uma área de 4.500 hectares em produção, dos quais 1.500 hectares de milho de regadio que rende 30 toneladas por ano.

"Angola é um país que precisa de incentivar a produção e para isso temos que introduzir as sementes geneticamente modificadas. É a única forma de combatermos a lagarta e tudo aquilo que são as deficiências dos nossos terrenos e que originam doenças, e para que se usem menos agro-tóxicos que acabam por estragar a terra", apontou, recordando que essas sementes já são utilizadas noutros países.

"A verdade é que nos vemos que grande parte daquilo que importámos por exemplo no milho e na soja é do Brasil, quer dizer que são produtos que foram produzidos com sementes geneticamente modificadas", disse ainda Fernando Teles.

Só naquela fazenda, a 400 quilómetros para sul de Luanda, a trabalham 170 pessoas, das quais 20 expatriados, sobretudo portugueses, contando a unidade ainda com 400 cabeças de gado.

Além da Fazenda Santo António, a comitiva portuguesa, envolvendo o ministro da Agricultura e empresários do sector, visitou no mesmo município a fazenda Bumba Longa, do grupo Novagrolíder, com 5.500 hectares e 1.000 em produção intensiva, além de 935 cabeças de gado.

Emprega 650 trabalhadores nacionais e mais de 80 expatriados, essencialmente portugueses, e daquela área saem todos os dias seis camiões com batata, cenoura, tomate ou pepinos, entre outras hortícolas, equivalente a mais de 100 toneladas diárias.

"Estamos a desenvolver vários projectos para esta fazenda, como a produção de leite e derivados, e a produção de café. Os níveis de produção são excelentes, nós visitamos unidades de produção em vários países e outros continentes e não ficamos atrás", afirmou José Macedo, um português que é o administrador da Novagrolíder e que foi saudado pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, durante esta vista.

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