A viagem de comboio de João Lourenço, que serviu para "conhecer de perto" e de maneira aprofundada este recurso, "deixou a nu um conjunto de desafios que vai ser preciso vencer para que a transportação dos passageiros por via férrea ocorra com garantias de segurança e conforto", refere um comunicado do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso.
Actualmente, os comboios naquele trajecto estão a operar em "condições precárias", devido à "persistência de mercados informais, circulação de vendedores ambulantes e animais, além da acumulação de lixo e outros detritos".
Perante esta constatação, o chefe de Estado convocou uma reunião de trabalho urgente, que decorreu durante a tarde desta Quarta-feira, no Palácio Presidencial, com responsáveis de diferentes departamentos ministeriais e outras entidades relacionadas ao "processo de criação de condições para que as idas e vindas futuras ao novo aeroporto estejam facilitadas".
Na sequência do encontro, João Lourenço redigiu um despacho a "observar que persistem os inúmeros constrangimentos de segurança da exploração ferroviária, que levam a perdas humanas diárias; o furto e vandalização do material circulante e da linha; o depósito de resíduos sólidos; a venda ambulante e a redução da velocidade normal dos comboios, havendo por isso a necessidade urgente de inverter o actual quadro, dentro do programa para o melhoramento da qualidade das infra-estruturas existentes e a prestação de serviços de atendimento aos passageiros", lê-se no comunicado.
O documento faz referência à urgência de garantir as "condições de segurança, reabilitação e vedação da linha, implementação do sistema de comunicação e sinalização, limpeza da via permanente, remoção das interferências e edificação de pedonais, para reposição da capacidade técnica e operacional de transporte" do Caminho de Ferro de Luanda no trajecto que faz a ligação Bungo-Baia-Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.
Desse modo, adianta o comunicado, o Presidente da República autorizou a despesa e a formalização da abertura do "procedimento de contratação emergencial, assentes em critérios materiais, para a celebração" de três contratos. São eles, o contrato de empreitada para a segregação do corredor ferroviário do Caminho de Ferro de Luanda no troço Bungo-Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (etapa emergencial); o contrato de elaboração dos projectos, coordenação e gestão da empreitada para a segregação do Caminho de Ferro de Luanda no troço Bungo-Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (etapa emergencial); e ainda o contrato de fiscalização da empreitada para a segregação do corredor ferroviário do Caminho de Ferro de Luanda no troço Bungo- Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (etapa emergencial).
Assim, as estações ferroviárias, bem como as áreas próximas a este troço ferroviário vão ser alvo de obras no sentido de melhorar a circulação do comboio, actualmente condicionada por algumas interferências na via, como por exemplo vendedores ambulantes, entre outras, referiu o presidente do Conselho da Administração da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Enio Costa, acrescentando que está previsto que o comboio transporte mais de 700 pessoas nas frequências, escreve a Angop.
Já Paulo Nóbrega, o coordenador do aeroporto, referiu que estão a ser testados os equipamentos para o total funcionamento do aeroporto e formada a mão-de-obra vai operar na infra-estrutura.
Recorde-se que, na visita desta Quarta-feira, o Presidente da República percorreu de comboio os mais de 40 quilómetros que fazem parte do trajecto ferroviário Bungo-Aeroporto Internacional António Agostinho Neto.