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Importação de alimentos aumentou quase 20 por cento após quatro trimestres de queda

As importações de bens alimentares aumentaram quase 20 por cento no primeiro trimestre de 2024, após quatro trimestres consecutivos de queda, refletindo medidas do executivo para garantir a segurança alimentar, segundo analistas do Banco Millennium Atlântico.

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Entre Janeiro e Março, as importações tiveram um crescimento trimestral de 18,65 por cento, após quatro trimestres consecutivos de redução.

Em termos homólogos reduziram 6,71 por cento fixando-se em 509,9 milhões de dólares contra os 546,6 milhões de dólares de 2024, salienta a análise semanal do banco comercial, datada de 10 de Junho.

Joyce Domingos, coordenadora desta análise do Banco Millennium Atlântico (BMA), justificou o aumento trimestral das importações de produtos alimentares aludindo à estratégia do Governo para a segurança alimentar.

“O destaque a nível das importações tem sido para os bens alimentares da cesta básica e prioritários”, salientou em declarações à Lusa.

O BMA destacou também que a importação de bens alimentares da cesta básica e prioritários, ao abrigo do Programa de Apoio, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi), se situou em 360,48 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2024.

Essas importações representaram um crescimento trimestral e homólogo de 19,55 e 6,26 por cento, respectivamente, refere o banco.

O aumento homólogo foi justificado pela subida em alguns produtos que constam da cesta básica, com destaque para as importações de carapau que dispararam de 7,61 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2023 para 281,45 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2024.

As importações do açúcar passaram de 12,75 milhões de dólares para 54,35 milhões de dólares e o grão de milho passou de 1,80 milhões de dólares para 7,05 milhões de dólares, registando-se também incrementos significativos nas importações de óleo alimentar, arroz e cebola.

De acordo com esta análise, o arroz (24,34 por cento) ocupou o maior peso do total das importações de bens alimentares nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2024 com mais 10,58 pontos percentuais, seguido da carne de frango, açúcar, óleo alimentar e óleo de palma.

Apesar do aumento nas importações de arroz, por ser considerado um dos produtos mais consumidos a nível nacional, fazendo parte do top 10 dos produtos mais importados no país, “regista-se ainda um défice significativo entre o consumo e a oferta”.

A análise salienta ainda que, em 2023, a produção do arroz fixou-se em 36 mil toneladas, enquanto a necessidade de consumo fixou-se em 528 mil toneladas, quase 15 vezes mais - sendo necessário recorrer à importação deste bem alimentar.

No primeiro trimestre de 2024, as importações de arroz fixaram-se em 95,68 mil toneladas, o que cobre apenas 18 por cento do consumo de arroz previsto para 2024.

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