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Política

João Lourenço apela à introspecção da África Austral sobre atraso no desenvolvimento

O Presidente João Lourenço exortou esta Segunda-feira a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a "fazer uma introspecção" sobre as razões do atraso na aplicação da sua agenda de desenvolvimento e integração.

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"Refiro-me ao facto de os países da SADC e do continente em geral serem pouco desenvolvidos, mas com abundantes recursos naturais", disse João Lourenço.

O Presidente angolano acrescentou que os países africanos são sobretudo exportadores de matéria-prima bruta, sem acrescentar valor, "o que representa um entrave às perspectivas de desenvolvimento económico e à criação de empregos".

"Como consequência disso", alertou, os países africanos têm "um sério défice comercial": "Uma vez que vendemos a nossa matéria por preços irrisórios no mercado internacional e importamos produtos acabados a preços exorbitantes".

João Lourenço considerou que este é o momento para se redefinirem prioridades, acrescentando valor aos seus recursos, através da industrialização e maximização dos benefícios que podem ser obtidos com a exportação de produtos acabados.

"Faz por isso sentido que a SADC tivesse revisto e reorientado o seu Plano Estratégico Indicativo Regional de Desenvolvimento (RISDP) complementado pela Estratégia de longo prazo de industrialização da SADC", disse.

O chefe de Estado salientou que a prosperidade económica da SADC só será alcançada se for permanente a estabilidade política e social que caracteriza a região.

Para o alcance dos objectivos da agenda comum da SADC é necessário o envolvimento de todos na região, sobretudo dos parlamentares, defendeu João Lourenço, augurando que esta 43.ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamentar aborde "mais uma vez a necessidade da sua transformação em Parlamento da Região, assunto que se vem arrastando já de algum tempo para cá".

De acordo com o Presidente, se o assunto for devidamente fundamentado e agendado pelo secretariado executivo da organização os Presidentes dos Estados-membros prestarão a sua melhor atenção sobre o assunto, no decorrer da cimeira de chefes de Estado da SADC a realizar-se, em Agosto, em Windhoek, Namíbia.

João Lourenço, que preside ao órgão de Coordenação Política, de Defesa e Segurança da SADC, manifestou o firme compromisso de Angola com uma comunidade "desenvolvida e verdadeiramente integrada", reconhecendo a contribuição da região na procura de uma paz duradoura para o país lusófono.

Participam na 43.ª assembleia plenária do Fórum Parlamentar da SADC delegados de Angola, Botsuana, Lesoto, Malaui, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabué, estando ausente até ao momento a República Democrática do Congo (RDCongo), e por justificação as Ilhas Maurícias e o Swatini (ex-Suazilândia), Estados-membros da SADC, organização criada em Agosto de 1992.

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