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Economia

Portugueses em Angola expectantes com recuperação económica no 2.º semestre

Portugueses residentes em Angola estão confiantes de que a crise económica, que já motivou o regresso de vários cidadãos lusos, seja ultrapassada durante o segundo semestre deste ano.

Baía de Luanda:

Os comentários à actual situação que Angola enfrenta, derivada da quebra da cotação internacional do barril de petróleo, foram feitos à margem da cerimónia de comemoração do Dia de Portugal, realizada quinta-feira em Luanda.

No seu discurso, o embaixador de Portugal em Angola, João da Câmara, destacou que a cooperação entre os dois países atingiu "níveis extraordinários", fruto de "muito esforço e muita perseverança dos governos, administrações, instituições públicas, mas também das fundações, empresas e dos indivíduos". "A natureza e as afinidades com certeza que ajudam, mas o que conta verdadeiramente é o trabalho e a vontade. A vontade de não desanimarmos nos momentos difíceis e de acreditarmos que entre Portugal e Angola os melhores momentos ainda estão para chegar", acrescentou o embaixador português.

Em declarações à agência Lusa, Inês Dias Carneiro, proprietária de um escritório de contabilidade em Angola desde 2002, disse que a crise não afectou directamente a sua empresa, mas a de vários clientes seus. "Tenho clientes que estão já a ter roturas de ‘stocks’, porque os fornecedores estão-lhes a cortar os créditos por falta de pagamento ao estrangeiro", explicou.

Por sua vez, Anacleto Maximino, director de produção de uma empresa de construção civil e obras públicas, frisou que o sector em que actua foi bastante afectado, nomeadamente nas importações, devido aos problemas cambiais, decorrentes da redução de entrada de divisas no país. "Estamos expectantes para que neste segundo semestre haja aqui um volte face e que se consiga dar a volta. Estamos todos um bocado receosos", referiu, sublinhando que em função da actual situação vários expatriados estão a regressar e várias empresas estão a ser reestruturadas.

Já Guadalupe Cortês Pereira, chefe de finanças e contractos da União Europeia, em fim de missão, lamentou que vários expatriados estejam a deixar o país devido à situação de crise. "É uma pena, efectivamente, isto estar a acontecer, tudo porque acho que Angola ainda precisa de muito de apoio ao nível da assistência técnica, de formação. Não era altura ainda de ficarem sem alguns expatriados, porque, no fundo, os que se estão a ir embora não são os trabalhadores pouco qualificados, são os qualificados, porque são os que ganham mais e as empresas não têm maneira de pagar", reconheceu.

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