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PR 'acelera' no deserto do Namibe para impulsionar turismo no Parque do Iona

O Presidente da República inaugurou a nova sede do Parque Nacional do Iona, num momento que foi ainda marcado pelo facto de ter percorrido as dunas do parque sentado ao volante de uma moto de quatro rodas, cujo gesto visou incentivar os cidadãos a praticarem o turismo interno.

: CIPRA
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Na ocasião, de acordo com uma nota do CIPRA a que o VerAngola teve acesso, João Lourenço considerou que a inauguração da referida sede "assinala o início de uma nova era para o turismo em Angola".

O chefe de Estado – que falava à imprensa no Sábado, após a inauguração – adiantou que, após o Iona, o próximo passo passa por colocar "ao serviço do turismo os parques nacionais do Luengué-Luiana, Mavinga e Cameia, na província do Moxico, além dos de Cangandala e Luando", tendo acrescentando que, em seguida "é organizar o concurso público para a concessão desses grandes parques de conservação e reservas naturais".

O momento ficou ainda marcado pelo 'passeio' que João Lourenço fez ao volante de uma moto de quatro rodas nas dunas do parque.

"Dispus-me a vir andar de mota de quatro rodas aqui nas dunas para ver se incentivo, em primeiro lugar, a nossa juventude, mas, de uma forma geral, os cidadãos angolanos a fazerem turismo", disse o chefe de Estado.

"Turismo não é só para estrangeiros. Temos que ganhar o hábito de fazermos turismo também na nossa própria terra. Portanto, os angolanos estão convidados a vir até ao Parque do Iona", acrescentou.

Sobre a experiência de conduzir a moto, João Lourenço disse que foi uma "sensação agradável" e que não foi a primeira vez que conduziu motos de quatro rodas. "A sensação é agradável, não é a primeira vez que ando em dunas em mota de quatro rodas, já o fiz em Bazaruto, em Moçambique. Esta é a segunda vez, de forma que estava perfeitamente à vontade. O único inconveniente é a hora que escolhemos; está um sol abrasador, o ar está muito quente. Tirando isso, é muito agradável", disse.

Já o governador do Namibe, Archer Mangueira, em declarações por ocasião do acto de inauguração da nova sede do parque do Iona, disse que chegou a hora, "com o impulso" do chefe de Estado, de transformar o referido parque "numa âncora para o desenvolvimento do turismo no Namibe".

Segundo o governador provincial, citado noutra nota do CIPRA a que o VerAngola teve acesso, o "parque ocupa, em Angola, o centro do deserto com uma área de 15.150 quilómetros quadrados, onde se encontra a maior duna de areia do mundo, a Duna 7, com cerca de 383 metros e a Welwitschia Mirabilis, que só existe em Angola e na Namíbia".

Archer Mangueira considerou ainda que o parque, em plena actividade, vai contribuir para a "gestão sustentável de toda a riqueza ambiental, da biodiversidade, da fauna e da flora, tal como começa a acontecer, fruto da parceria com a African Parks".

Citado na nota, entre outros aspectos também frisou que se estabelece "aqui um importante foco de desenvolvimento capaz de tirar partido deste lugar único (onde o mar e o deserto se encontram) e de todo potencial da Foz do Cunene", acrescentando que com o funcionamento deste parque estão criadas "condições para o surgimento de novos produtos turísticos de qualidade e que marquem a diferença".

Quem também se pronunciou foi a ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, tendo destacado que o país "alberga uma das maiores e mais importantes biodiversidades de África, sendo considerado um dos países de megafauna a nível mundial".

Contudo, adiantou que "esta grande riqueza biológica sofreu grande pressão por muitos anos, o que levou à degradação de alguns ecossistemas e consequentemente uma diminuição drástica das populações de algumas espécies, quer da flora, quer da fauna, principalmente, que eram características do país", lê-se na nota.

Assim, disse que a referida situação "levou, em certos casos, à extinção de algumas espécies emblemáticas, citando o rinoceronte nos parques do Luengué-Luiana e Mavinga, o desaparecimento das girafas no Parque da Mupa e o desaparecimento dos búfalos na reserva dos búfalos", tendo recordado que perante este cenário o Governo foi adoptando medidas "adequadas para reverter o quadro negativo observado".

"Os resultados obtidos podem ser observados facilmente nos parques do Luengué-Luiana, do Bicuar, da Cangandala, do Mayombe e aqui no Iona, que tornaram o nosso país numa história de sucesso e reconhecido a nível internacional", apontou a ministra.

Segundo a titular da pasta do Ambiente, neste momento existem "melhorias visíveis no Parque da Quiçama, na Reserva Regional da Chimalavera e, principalmente, no Parque do Iona, onde foram inauguradas as novas instalações da sede, que antigamente estavam na zona da Espinheira".

"Vou aqui assinalar o processo em curso de novas áreas de conservação protegidas, como é o caso do Morro do Moco, no Huambo, a Floresta do Cumbira, no Cuanza Sul, e da Serra do Pingano, no Uíge, elevando assim a cobertura actual em áreas terrestres de 13 para 16 por cento", referiu ainda a ministra.

Já o representante da African Parks, Pedro Monteroso, referiu que se prevê que o parque do Iona atraia 34 mil turistas por ano. "Trinta e quatro mil turistas é o número que a empresa gestora do Parque Nacional do Iona, African Parks, espera atrair por ano, mediante campanhas robustas de promoção a nível nacional e internacional", lê-se numa nota do CIPRA.

Nesse sentido, para alcançar o objectivo, a empresa pretende criar 12 parques de campismo no interior do local, bem como criar condições "para oferecer produtos turísticos de alta qualidade, através de actividades especializadas, com uma estratégia de desenvolvimento abrangente às comunidades locais, visando a integração, cooperação e desenvolvimento mútuo".

"Acreditamos que, com uma gestão eficaz, podemos alcançar equilíbrio harmonioso entre a conservação ambiental, desenvolvimento sustentável e atingir o total de 700 mil dólares por ano, exclusivamente em receitas directas", referiu o representante da empresa.

PR quer barragens, hospital e autódromo no Namibe

Durante a sua jornada de trabalho no Namibe, o Presidente da República também manteve uma reunião com o governo local. No encontro, que teve lugar em Moçâmedes, ficou decidido que é necessário "resolver tão depressa quanto possível o problema do fornecimento de energia eléctrica à província do Namibe".

Segundo um comunicado do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, a província deve ser ligada à rede eléctrica nacional, no sentido de "potenciar o seu desenvolvimento nos mais diversos domínios".

Na ocasião, também foi referido que deve ser melhorado o abastecimento de água ao Namibe, havendo necessidade de criação de condições para construir as "barragens projectadas para o território (seis)".

"Tendo em atenção o grande potencial que a província detém na promoção da actividade turística, deve-se desenvolver esforços urgentes para que o aeroporto Welwitchia Mirabillis, localizado na cidade de Moçâmedes, seja certificado como aeroporto internacional", lê-se na nota.

Além disso, foi também recomendada a necessidade de construir um novo hospital provincial "que comporte uma unidade de hemodiálise", bem como também se assumiu como algo a desenvolver a "construção de um autódromo para desportos de velocidade (carros e motos)", numa maneira de "valorizar o potencial desportivo da região e fomentar o turismo".

Refira-se que o Presidente da República já terminou a sua jornada de trabalho no Namibe, tendo regressado a Luanda este Domingo.

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