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Textang começa a produzir algodão em grande escala a partir de Janeiro

Jorge Amaral, presidente do Conselho de Administração do grupo empresarial Alcaal, responsável pela gestão da Textang II, informou que a fábrica têxtil tem previsto iniciar, a partir de Janeiro do próximo ano, a produção de algodão em grande escala, num espaço de quatro a cinco mil hectares, visando chegar à auto-suficiência da referida matéria-prima em Angola, bem como atender as necessidades do mercado nacional, no horizonte temporal entre três a quatro anos.

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Segundo o responsável, atingir este propósito assume-se como condição essencial para garantir o funcionamento total da indústria têxtil no país. Nesse sentido, adiantou que há três anos que a empresa se encontra a ensaiar, na Baixa de Cassanje (província de Malanje), a produção de sementes de algodão.

Em declarações no encontro entre o ministro da Indústria e Comércio e operadores do sector, citadas pela Angop, Jorge Amaral avançou que o algodão não é a única aposta da fábrica. Segundo o responsável, a unidade vai arrancar, este ano, com a produção de soda cáustica, cuja matéria-prima é igualmente utilizada na fabricação de tecidos, o que fortalecerá a competitividade da indústria têxtil do país.

Relativamente a despesas com importação, informou que a unidade fabril desembolsou, este ano aproximadamente 2,5 milhões de dólares para importar matéria-prima, tendo em vista o funcionamento da unidade.

Empregando 250 pessoas, a fábrica é capaz de produzir 10 milhões de metros de tecido por ano, contudo, neste momento a produção é inferior a 10 por cento da referida capacidade, disse, deixando o apelo à necessidade do mercado interno se juntar à volta do tecido fabricado em Angola, a fim de que a unidade fabril se torne cada vez mais competitiva e robusta, escreve a Angop.

Já o ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, aproveitou a ocasião para relembrar que o Estado fez investimentos consideráveis no sentido de operacionalizar a indústria têxtil, contudo a presente produção ainda "não satisfaz o mercado interno".

"Não estamos satisfeitos com o actual nível de incorporação do conteúdo local na indústria das confecções e a geração de rendimento, bem como a criação de oportunidades de emprego e de negócios do sector", referiu o ministro que, citado pela Angop, acrescentou ser preciso incrementar a produção de algodão, tida como a matéria-prima fundamental deste sector.

Na ocasião, considerou que a aposta também deve passar pela indústria de retrosaria (produção de botões, fechos, linhas, etc.), com o qual se gasta por ano cerca de 15 milhões de dólares em importação.

"O país já produz tecido, mas, para termos a cadeia de valor completa, precisamos de quem produza os botões, malhas e fechos", disse, citado pelo Jornal de Angola.

Como forma de colocar um travão nas importações, Rui Miguêns apontou a abertura de unidades fabris de acessórios com capacidade para fornecer a indústria de confecções em Angola, tratando-se de algo que deve ser da ocupação da esfera privada. No entanto, disse que enquanto se espera por esse tipo de projectos, a importação continuará a ser a resposta para as necessidades.

Relembrou ainda o facto de a nova Pauta Aduaneira agravar as taxas sobre os produtos têxteis importados.

Refira-se que o encontro serviu para abordar temas ligados às oportunidades que existem no ramo têxtil do país

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