O referido programa, segundo um comunicado do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, tem em vista "expandir a produção e a produtividade agro-pecuária, a produção de bens florestais em ambiente familiar, orientados para o mercado". Além disso, visa igualmente "reforçar os níveis de capacitação técnica e massificar o financiamento ao subsector da agricultura familiar de forma descentralizada, simples e desburocratizada".
Na ocasião, a presidente do Conselho de Administração do FADA, Felisbela Francisco, avançou que este programa se encontra orçado em mais de 85 mil milhões de kwanzas. "O programa está avaliado em mais de 85 mil milhões de kwanzas e com a implementação deste programa nós esperamos alcançar cerca de 196.332 hectares de terras cultivadas", disse a responsável, citada pela Rádio Nacional de Angola (RNA).
Já a nível da produção, adiantou, esperam-se colher mais de três milhões de toneladas de produtos diversos que fazem parte da cesta básica "entre cereais, raízes e tubérculos e hortaliças".
No domínio social, de acordo com Felisberta Francisco, "prevê-se manter os empregos existentes e também criar outras oportunidades de emprego (...)", estimando-se que "este programa venha beneficiar mais de 660 famílias".
"O programa prevê a criação de caixas comunitárias em cooperativas agrícolas e, até ao final do programa, estamos a prever financiarmos mais de 1119 cooperativas com caixas comunitárias", apontou, acrescentando: "Pretendemos também criar um pacote tecnológico no sentido de fazermos ali uma combinação entre equipamentos insumos em que vamos financiar não só equipamentos, mas também um fundo de maneio para que os agricultores possam adquirir os insumos, como sementes, fertilizantes, adubos", disse, citada pela RNA.
Entre outras medidas, a responsável disse que consta ainda a implementação da "figura do agente FADA", que vai actuar como um "agente bancário em representação do FADA a nível das comunidades".
"Estamos também a prever estabelecer acordos com empresas que têm uma certa expertise a nível da actividade agrícola, para que sirvam de âncoras e que possam ajudar os nossos agricultores com assistência técnica e a garantia da compra da produção", afirmou.
Citada pela RNA, disse ainda que pretendem "reforçar a intervenção técnica das escolas de campo e das estações de desenvolvimento agrário com o recrutamento de mais técnicos e a disponibilização de mais equipamentos".
Além da aprovação do programa de aceleração da agricultura familiar, na sessão desta Terça-feira, o órgão também apreciou "dois diplomas que aprovam a nomeação dos titulares dos departamentos ministeriais responsáveis pela cooperação para o desenvolvimento e pelas finanças públicas para os cargos de Governador de Angola e Governador Suplente, respectivamente, junto do Banco Mundial e do Banco Africano do Desenvolvimento", lê-se na nota do CIPRA.
Outro tópico em evidência esteve relacionado com os perímetros irrigados. Na reunião, foram informados acerca do Regulamento dos Perímetros Irrigados, um documento que "define o modelo tarifário aplicado naqueles espaços de produção agrícola, entre outros aspectos ligados ao seu funcionamento no futuro".
A agricultura familiar contribui com mais de 80 por cento dos produtos alimentares da cesta básica nacional.
