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Angola promete disponibilizar a sua “longa experiência” de exploração petrolífera ao Senegal

O Presidente, João Lourenço, disse esta Quarta-feira que Angola vai disponibilizar “toda a sua longa experiência” no domínio da exploração petrolífera às autoridades do Senegal, que vai começar a explorar petróleo, no âmbito de um acordo de cooperação entre os dois países.

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Falando numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo senegalês, Macky Sall, que iniciou esta Quarta-feira a sua visita oficial a Angola, João Lourenço valorizou os acordos de cooperação assinados, com destaque para o sector dos petróleos e gás.

"Entre os (acordos) assinados hoje, gostaria de destacar o acordo que tem a ver com o sector de petróleo e gás, uma vez que o Senegal está a preparar-se para começar a explorar o petróleo em breve", disse, no final das conversações oficiais.

Perante isso, "Angola disponibiliza toda a sua longa experiência nesta matéria de exploração a favor do Senegal, o Senegal pode contar com Angola na troca de experiências", assinalou.

O governante recordou que, além da estatal Sonangol, o país dispõe de um Instituto de Petróleos e de uma Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), actual concessionária.

"E, portanto, todas elas estão a disposição do Senegal para ajudar o país a entrar para este mundo do petróleo e obter sucesso a favor da economia senegalesa", frisou.

Na sua intervenção, antes das questões colocadas pelos jornalistas, João Lourenço disse ter aceitado o convite de Macky Sall para visitar o Senegal, país que preside actualmente à União Africana.

Segundo o Presidente, o Senegal é um país "muito importante no contexto africano, um país influente, com uma rica história, com uma cultura bastante profunda e uma ciência que não é de desprezar".

Trata-se de um país com "uma economia e situação política também estável no conjunto de outros países da África Ocidental onde, sabemos, em alguns deles reina a instabilidade, o Senegal tem sabido manter a estabilidade política e daí concluirmos que é um país em que devemos apostar", afirmou, sem especificar os vizinhos do Sahel, a Gâmbia ou a Guiné-Bissau.

João Lourenço destacou igualmente o relançamento da cooperação bilateral com o Senegal, "após longo interregno", considerando a visita de Macky Sall como "ocasião oportuna" para se trabalhar de "forma conjugada para concretização da cooperação sólida e dinâmica".

"Facto [a visita de Macky Sal] que demonstra a importância que os nossos governos atribuem à necessidade e urgência da retomada e normalização de contactos entre Angola e o Senegal depois de um longo interregno", afirmou João Lourenço.

O Presidente referiu que a presença de Macky Sall constitui "um momento de viragem que as relações de cooperação e intercâmbio entre as nossas nações necessitavam".

"Acreditamos tratar-se de uma oportunidade a não desperdiçar para abordarmos a mais alto nível questões de interesse mútuo que contribuam para a intensificação das nossas relações bilaterais", disse João Lourenço.

O chefe de Estado considerou ainda que o "largo interregno" na relação entre os dois países "não impediu e nem condicionou que começasse a ser traçado, em Janeiro de 2022, o quadro jurídico diplomático sobre o qual assenta" toda a "cooperação e intercâmbio com a assinatura do Acordo Geral de Cooperação Técnica e Científica e Económica".

De referir que Macky Sall, que chegou no princípio da noite de Terça-feira a Luanda, cumpriu esta Quarta-feira o seu primeiro dia de visita de Estado de 72 horas a Angola.

Após visitar o Memorial António Agostinho Neto, onde rendeu homenagem ao primeiro Presidente angolano, o estadista senegalês reuniu-se em privado com João Lourenço, no palácio presidencial e depois ambos assistiram à reunião das delegações ministeriais conjuntas.

Acordos nos domínios da justiça, comércio e indústria, petróleo e gás e promoção e protecção de investimentos foram assinados entre ambas as delegações.

Segundo João Lourenço, o Acordo Geral de Cooperação Técnica e Científica e Económica, rubricado em Janeiro passado, "foi uma importante janela para que na mesma altura se pudessem rubricar outros instrumentos como acordos em supressão de vistos em passaportes diplomáticos e de serviço".

"Este marco jurídico deve ser visto como o ponto de partida de uma série de outras iniciativas que podemos assumir em sectores importantes da vida nacional dos nossos dois países", salientou.

Esta é a primeira visita de um chefe de Estado senegalês a Angola no âmbito das relações entre ambos os países.

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