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Bodiva: entrada em bolsa do BAI vai ser teste ao mercado de capitais

O início da negociação em bolsa das acções do Banco Angolano de Investimentos (BAI) vai ser um teste ao mercado de capitais, cuja reacção dependerá do sucesso desta primeira operação, disse a administradora da Bodiva, Cristina Lourenço.

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A responsável falava em Luanda, numa sessão de esclarecimento da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) sobre a oferta pública de venda do BAI, a primeira cotada cujas acções serão transaccionadas em bolsa, oito anos depois desta entrar em funcionamento.

"Vemos esta operação do BAI, por ser a primeira, como um teste da profundidade do nosso mercado. É uma novidade para todos nós, uma novidade para o mercado financeiro angolano, em particular, o mercado de capitais e a reacção do mercado vai depender muito também de qual é o sucesso dessa primeira operação", destacou Cristina Lourenço.

Para a administradora da Bodiva, será uma ocasião para os futuros ou potenciais emitentes "que ainda têm dúvidas sobre se é um caminho seguro, se é um caminho transparente, se é o caminho certo para percorrer, vejam essa operação como um exemplo de sucesso e decidam, no médio ou longo prazo, percorrer o mesmo caminho".

Este ano, a Bodiva estima que quatro empresas poderão ser cotadas todas ligadas à banca e ao sector do petróleo (BAI, Somoil, Acrep e Millenium Atlântico).

O Estado vai vender 1.945.000 acções que detém no Banco Angolano de Investimentos e que equivalem a 10 por cento do total, detidas através das empresas públicas, Sonangol (8,5 por cento) e Endiama (1,5 por cento), através de uma operação pública de venda (OPV) lançada a 9 de Junho.

Raul Diniz, coordenador do departamento de negociação da Bodiva indicou que o período de subscrição das acções do BAI decorre entre 16 e 27 de Maio, sendo o preço das acções, que variam entre 17.500 kwanzas a 20.640 kwanzas por unidade, divulgado a 1 de Junho.

No dia 9 de Junho, na prática a data em que as acções do BAI serão admitidas à negociação ficando disponíveis para todos os investidores, os membros Bodiva (bancos comerciais e sociedades correctoras) poderão colocar as ordens de compra em mercado secundário, podendo os investidores que tiverem adquirido os títulos em mercado primário vender ou comprar acções no mercado secundário livremente
Raul Diniz salientou que os preços terão um limite, variando dentro das previsões do quadro regulatório da Bodiva, de forma a que não seja possível a especulação sobre determinadas acções ou outros instrumentos negociados nos mercados regulamentados.

A Bodiva, onde são transaccionados actualmente os títulos e obrigações de dívida pública, conta com 27 membros, incluindo todos os bancos que operam no sistema financeiro de Angola e algumas sociedades correctoras.

A Bodiva inaugurou também recentemente um novo segmento de mercado, denominado mercado de operações de reporte (MOR), disponibilizando à negociação operações de reporte, também conhecidas como REPO.

Estas operações permitem o aumento das trocas de liquidez entre os vários participantes do mercado, permitindo assim, que aqueles que necessitem de liquidez para financiar as suas actividades ou que queiram rentabilizar a sua carteira de investimentos, por período determinado, possam utilizar o MOR.

Na sessão inaugural do MOR foram registados e liquidados dois negócios que tiveram como contrapartes os bancos BFA, Standardbank e Banco Millennium Atlântico, tendo o volume total transaccionado sido fixado em 450 milhões de kwanzas.

 

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