"Uma reunião discreta foi organizada pelo Qatar em Doha na semana passada entre delegações do Governo da República Democrática do Congo (RDCongo) e do movimento AFC/M23, marcando o seu primeiro encontro directo desde há muito tempo", disse a fonte, citada pela agência francesa AFP.
"O encontro foi positivo, reforçando a confiança entre as duas partes, o que levou à retirada das forças do M23 da cidade estratégica de Walikale, num gesto de boa vontade e numa demonstração de apoio ao diálogo em curso", acrescentou.
De acordo com a fonte, "espera-se agora que novas conversações tenham lugar em Doha, ainda sob a mediação do Qatar, a fim de manter a dinâmica e explorar soluções construtivas para pôr fim ao conflito".
No final de Janeiro, o M23, apoiado pelo Ruanda, lançou uma grande ofensiva e, no espaço de algumas semanas, apoderou-se das duas principais cidades do leste da RDCongo, Goma e Bukavu.
Desde então, os apelos da comunidade internacional para a retirada do grupo armado e das tropas ruandesas não foram atendidos.
As tentativas diplomáticas para resolver a crise, incluindo a mediação liderada por Angola, falharam todas até à intervenção surpresa do Qatar, no mês passado, que conseguiu reunir em Doha os Presidentes da RDCongo, Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame.
Os dois chefes de Estado, a convite do emir Tamim ben Hamad Al-Thani, falaram de um cessar-fogo, no mesmo dia em que fracassou uma tentativa de encontro directo entre delegações do Governo da RDCongo e do M23 em Luanda.
No dia seguinte, o M23 conquistou uma nova cidade, Walikale, numa zona rica em ouro e estanho.
Na Quinta-feira, fontes locais e de segurança afirmaram que o M23 se tinha retirado de Walikale, ao mesmo tempo que o conselheiro especial de Donald Trump para África, Massad Boulos, visitava Kinshasa.