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Kwanza volta a depreciar-se e já perdeu 31 por cento face ao euro em três meses

O kwanza voltou esta semana a depreciar-se, face ao euro, em mais de 1 por cento, acumulando uma perda de 31 por cento nos três meses do regime flutuante cambial, em que as taxas de câmbio são formadas nos leilões de divisas.

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Esta depreciação, que foi mais acentuada em Janeiro e que desde Fevereiro tem rondado um ritmo de quase 1 por cento por semana, foi confirmada pela Lusa com cálculos feitos a partir das taxas cambiais oficiais do Banco Nacional de Angola (BNA), de 1 de Janeiro e de 6 de Abril.

Esta Sexta-feira, a taxa de câmbio média do euro ronda os 267,4 kwanzas, quando a 1 de Janeiro era de 185,40 kwanzas, o que representa uma depreciação de 30,7 por cento no espaço de dois meses. Já o dólar norte-americano é hoje cotado à taxa média de 218,5 kwanzas, quando há três meses valia 165,92 kwanzas, uma depreciação, neste caso, de 24 por cento.

A actual taxa de câmbio oficial foi formada após o último leilão de divisas, realizado na quinta-feira pelo BNA e que permitiu a colocação de 100 milhões de euros, destinados a vários sectores, como importação de bens de equipamentos, peças e acessórios.

Nesta sessão, em que contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio as propostas de 19 dos 26 bancos participantes no leilão – no âmbito do novo regime flutuante cambial, iniciado a 9 de Janeiro – o euro passou a valer (na compra pelos clientes) 264,428 kwanzas, correspondente a uma depreciação de 1,027 por cento.

No leilão de divisas desta semana voltaram a ser aplicadas, novamente, as regras anunciadas no final de Janeiro pelo governador do BNA, José de Lima Massano, alterando os limites das propostas que podiam ser apresentadas pelos bancos, que depois são utilizadas para formar a taxa de câmbio do kwanza face ao euro.

A 18 de Janeiro, um outro leilão ao abrigo deste modelo – em que os bancos apresentam propostas de compra de divisas em kwanzas – foi suspenso pelo BNA, por as propostas terem ultrapassado o limite máximo (da cotação) definido pelo banco central para estas vendas, acima dos 300 kwanzas por cada euro.

Na reacção, o BNA convocou os bancos comerciais para uma reunião, no dia seguinte, e revelou os novos contornos do modelo de leilão de divisas (euros), em que as propostas da "margem máxima" sobre a taxa de referência – ou seja o valor que os bancos podem colocar como apreciação ou depreciação da taxa de câmbio – "não pode ser superior nem inferior a 2 por cento".

"Significa que em qualquer um dos leilões, a variação máxima que poderá acontecer será de 2 por cento, não mais, não menos", avançou o governador do BNA, no final daquela reunião. Desde então, a depreciação do kwanza face ao euro e ao dólar norte-americano tem ficado à volta de 1 por cento por semana.

No modelo cambial anterior, até 9 de Janeiro, a cotação era fixada directamente pelo BNA, com o kwanza indexado ao dólar norte-americano.

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