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Membros da Bodiva querem criação de acordos de recompras

Agentes de intermediação da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) defenderam esta Sexta-feira a criação do mercado de 'repurchase agreements' ou acordos de recompras - conhecido por REPO's - para "dinamização do mercado" e "aumento dos níveis de liquidez".

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No Relatório Anual dos Mercados Bovida 2019, os agentes bancários, membros da bolsa angolana, consideram que a implementação do mercado REPO's vai permitir uma maior sustentabilidade do mercado de dívida.

Segundo o presidente do conselho de administração do Banco Fomento Angola (BFA), Jorge Ferreira, no Relatório consultado esta Sexta-feira pela Lusa, para garantia de "maior profundidade a liquidez" em 2020, a Bodiva "tem que disponibilizar o mais rapidamente possível do mercado de REPO´s".

Sem isso "não será possível desenvolver um modelo sustentável" que permita a "dinamização adicional do mercado" e "captação de novos investidores", pode ler-se no relatório.

Para a administradora executiva do Banco Angolano de Investimentos (BAI), Irisolange Verdades, os principais desafios e constrangimentos do mercado são a falta de interligação entre as plataformas dos bancos e da Bodiva.

A administradora do BAI, que defende também a criação do mercado de acções, considera, por outro lado, que a liquidez no mercado "continuará refém das directrizes da política monetária" e da "estratégia de colocação da dívida pública".

No documento, publicado na Quinta-feira, em Luanda, o presidente da comissão executiva do Standard Bank Angola (SBA), Luís Teles, recorda que o mercado angolano de dívida "não é 100 por cento líquido" e há necessidade de "garantir maior profundidade e liquidez".

"A criação de um mercado REPO's é fundamental para a materialização deste objectivo, ou melhor, só é possível ter um mercado de dívida funcional se, em paralelo, existir o de REPO's", argumenta.

Um incentivo à criação de condições para a diversificação dos produtos e entrada de novos instrumentos no mercado, como o mercado REPO's, de acções e fundos de investimentos cotados são defendidos pela administradora executiva do Banco Keve, Ana Machado.

A responsável entende que esses instrumentos deverão agir como "catalisadores" para tornar a Bolsa num local de excelência para os investidores "maximizarem recursos, com aumento dos níveis de liquidez".

Já o administrador executivo do Banco Millennium Atlântico (BMA), Eder Samuel de Sousa, considera que um dos principais desafios para 2020 está relacionado com a "incerteza sobre o contexto macroeconómico", sobretudo a "retoma do crescimento real, pautado por uma elevada taxa de inflação".

"A política monetária restritiva gera também restrição da liquidez e, assim, menor disponibilidade para o investimento", afirma.

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