Conforme a Lusa constatou numa ronda pela capital, são na sua maioria jovens que marcam presença nestes postos, uns pela primeira vez e outros para solicitarem uma segunda via do cartão de eleitor.
Reclamam pela demora no atendimento, mas não arredam pé nas filas, sabendo agora da decisão do Governo de alargar o horário de funcionamento destas estruturas de registo, num processo que será fechado na Sexta-feira.
"Vim cá solicitar a segunda via do cartão de eleitor, porque perdi o cartão. Só consegui vir hoje e vou suportar a fila porque precisamos decidir sobre o nosso destino nas eleições", contou à Lusa Virgílio Correia, na brigada do Cazenga, arredores de Luanda.
Apesar da enchente nos postos de registo eleitoral, processo que antecede as eleições gerais previstas para Agosto, Adriano Domingos, de 18 anos, garantiu que não deverá regressar hoje para casa sem o seu cartão de eleitor no bolso.
Reclama da lentidão do atendimento, mas não desiste da fila, no posto do São Paulo, em Luanda: "Vim registar-me pela primeira vez porque estava anteriormente a tratar de alguns assuntos e o pai me obrigou. Hoje tenho de regressar a casa com o cartão de eleitor, já aguentei a enchente e agora estou mais próximo para ser atendido", afirmava, enquanto pela frente ainda tinha algumas dezenas de pessoas.
Este processo obriga ao registo dos eleitores activos, com prova de vida, e à inscrição dos não registados ou que completaram os 18 anos, estimando 1,5 milhões de novos eleitores. Arrancou a 25 de Agosto de 2016 e termina na Sexta-feira, com um acto oficial previsto para Luanda.
De acordo com informação do secretário de Estado para os Assuntos Institucionais e Eleitorais do Ministério de Administração do Território (MAT), Adão de Almeida, confirmam-se as projecções iniciais, que apontavam para mais de nove milhões de eleitores em condições de votar nas próximas eleições.
O governante informou que a base de dados das eleições de 2012 continha mais de 9,7 milhões de eleitores, mas que desde 2006 não tinha sido feita qualquer limpeza de cidadãos falecidos, o que terá contribuído para os elevados valores de abstenção no último acto eleitoral.
Desde as primeiras horas do dia no posto de registo do município de Viana, Eugénia Teixeira Duarte contou à Lusa que apenas esta Quinta-feira acorreu ao posto de registo eleitoral tendo em conta que em algumas instituições exigem, entre outros documentos, o cartão de eleitor actualizado.
"É a primeira que vou-me registar e o processo aqui está muito lento, vim apenas agora porque na primeira fase não tinha disposição para tal, mas como agora em todos os sítios estão a exigir o cartão eleitoral não tive escolha e vim tratar. Por isso vou ter de aguentar até chegar a minha vez", explicou.
