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João Lourenço inaugura Terminal da Barra do Dande e promete auto-suficiência nos combustíveis

O Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD) foi inaugurado, esta Segunda-feira, pelo Presidente da República. Na ocasião, João Lourenço considerou que o recém-inaugurado terminal – localizado na província do Bengo e que conta com 580.000 metros cúbicos de armazenamento de combustível, bem como 102.000 metros cúbicos de gás de cozinha – “é só o começo” e que, se nos próximos anos, se concluir a Refinaria do Lobito o país alcançará a auto-suficiência na produção de combustíveis.

: Bráulio Pedro/Angop
Bráulio Pedro/Angop  

O chefe de Estado, falando à imprensa depois do acto de inauguração do TOBD, apontou que a petrolífera estatal possui "duas grandes duas grandes infra-estruturas de carácter estratégico", nomeadamente o terminal agora inaugurado e a Refinaria do Lobito.

"Este é só o começo. A Sonangol tem duas grandes infra-estruturas de carácter estratégico, uma delas é esta, o Terminal Oceânico da Barra do Dande, que lamentavelmente esteve praticamente cinco anos parado, retomámos o projecto e eis que é chegado o momento da sua conclusão e inauguração", afirmou, citado num vídeo divulgado pelo CIPRA e a que o VerAngola teve acesso.

"O segundo é a refinaria do Lobito. Este projecto tem um fim, mas se nos próximos anos concluirmos as obras da Refinaria do Lobito aí sim poderemos dizer que em termos de auto-suficiência na produção de combustíveis estaremos bem, o país estará bem", acrescentou.

João Lourenço adiantou igualmente que a entrega da Refinaria de Cabinda está prevista para este ano: "Está para ser entregue ainda este ano a Refinaria de Cabinda".

Além disso, o Presidente da República disse igualmente que é necessário construir mais infra-estruturas de estocagem de combustíveis nas províncias da Huíla, Moxico Leste e Cuando.

"(...) Quer o ministro, quer o PCA da Sonangol, nas suas intervenções nesta acção de inauguração, referiram-se à construção de mais infra-estruturas de estocagem de combustível, citaram nomeadamente a cidade de Lubango, mas não podemos esquecer que o país conta hoje com três novas províncias e dessas três gostaria de destacar aquelas que estão mais distantes, a província do Moxico Leste e a província do Cuango, essas terão de beneficiar também de capacidades de estocagem de combustíveis (...)", apontou.

Foi também questionado sobre o contrabando de combustível, garantido que a luta contra esta prática vai continuar: "Não será o projecto que vai contribuir no combate ao contrabando de combustível, o combate ao contrabando de combustível quem tem que o fazer são os homens. Com este ou sem este projecto, existe o contrabando de combustível, é uma realidade (...). Já se tem feito o combate ao contrabando de combustível, talvez não o suficiente, vamos continuar nesta luta (...)".

Antes de cortar a fita e descerrar a placa do TOBD, o Presidente da República, fazendo-se acompanhar da primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, presenciou a apresentação de um vídeo sobre a história da infra-estrutura, bem como realizou uma visita ao terminal.

Na cerimónia, segundo uma nota da Presidência da República, também foram assinados acordos comerciais que "ligam o novo terminal de armazenamento a pelo menos nove players do mercado energético". Os memorandos foram assinados entre a Sonangol e empresas que vão operar no terminal, nomeadamente a BP, Vitol, Trafigura, Sahara, Gemcorp, Sinochem, Glencore, Atenoc e Total.

O TOBD trata-se de um "gigantesco campo de armazenamento de produtos derivados do petróleo, que nesta primeira fase dispõe de 16 tanques com uma capacidade total de stockagem de 582.000 metros cúbicos de combustíveis, distribuídos do seguinte modo: 320.000 metros cúbicos de gasóleo, 160.000 metros cúbicos de gasolina e 120.000 metros cúbicos de LPG (gás de cozinha)".

Segundo a Angop, conta igualmente com uma ponte-cais com 1700 metros para recepcionar navios de grande porte. No projecto também foram construídas linhas de mais de 500 metros lineares para o transbordo de combustível, cujo armazenamento deverá ser feito nos diversos tanques.

Enquanto na segunda etapa, conforme a demanda do mercado, a capacidade de armazenamento pode chegar até aos 728.500 metros cúbicos de combustível.

Segundo a Presidência, a obra iniciou construção em 2012 e, em 2016, foi interrompida por um período de cinco anos. "Em 2021, o seu processo de construção foi retomado", tendo entrado em funcionamento esta Segunda-feira.

Este terminal teve um custo de 700 milhões de dólares, "investimento suportado integralmente pela Sonangol.

Mais de 2000 empregos (97 por cento quadros nacionais) foram gerados por este projecto que, segundo a construtora, é o maior centro de armazenamento de combustível do país, ocupando uma área correspondente a 22 campos de futebol.

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